Como ficaria o campeonato da Indy com um sistema de pontuação diferente, como o da sua irmã da Europa, a F-1? Ou com a saudosa pontuação da antiga CART? Ou com o modelo mais confuso de mata-mata da NASCAR? 

 

piloto com troféu

Vejamos!!

 

 Fórmula 1ndycar Series


Muitos falam que a pontuação da IndyCar, oriunda da IRL, é muito grande, confuso e desnecessário, usando a pontuação da fórmula 1 como exemplo. No entanto, depois do grande aumento da pontuação da Fórmula 1 nos últimos anos, as mudanças com relação a Indy ficaram bem menores e se tornaram iguais nos pilotos que fazem mais pontos. No entanto, uma característica da pontuação da F1 se manteve: a grande diferença de pontuação entre os três primeiros e o resto do pelotão.



Essas duas características fazem com que as posições e diferenças entre os pilotos na Indy não são tão diferentes assim, principalmente nas primeiras posições (pois a pontuação dos primeiros colocados em cada corrida da F1 é parecida com a dada pela Indy dividida por dois); e as poucas mudanças notadas são causadas principalmente pela grande diferença de pontuação que há no meio do grid da Indy e da F1.  


Como podemos ver, os três primeiros se mantém mas mesmas posições mas a diferença entre Dixon e Newgarden seria um bocado menor, sendo que Newgarden na corrida final precisaria vencer e fazer a melhor volta enquanto Dixon não poderia ser melhor do que o quarto lugar na prova em St. Pete.


Outros destaques vão para Rossi, que ganharia três posições no campeonato pois seus vários problemas durante o ano seriam minimizados pela pontuação (já que chegar em 11º e em último para a Fórmula 1 são equivalentes) e para Will Power, que passara O'Ward e subiria para o quarto lugar no campeonato.

 

 PPG IndyCART Series


dois homens com trofeu

A antiga pontuação da CART, praticada entre 1983 e 2003, é um pequeno híbrido entre a pontuação atual da F1 e a pontuação atual da Indy. Apesar de ter grandes semelhanças com a categoria máxima do automobilismo Euro-asiático, como a pontuação menor (menos da metade do distribuído pela Indy) e apenas os doze primeiros pontuando ao invés do grid todo, as distâncias entre uma posição e outra é menor como acontece no campeonato da Indy atual. 


Com menor teto de pontuação e mais gente pontuando faz com que as posições com a pontuação da CART seja mais parecido com os resultados da Indy do que com os resultados com a pontuação da Fórmula 1. Isso pode ser observado quando os seis primeiros colocados mantém seus posições tanto com a pontuação normal da Indy quanto com a pontuação da CART.


No entanto, essas semelhanças ficam apenas entre os seis primeiros. Após isso, assim como visto com a pontuação da Fórmula 1, Rossi sobe bastante na classificação, enquanto Sato e Ferrucci caem bastante na tabela de pontos.

Curioso ver como, nos dois casos, muitos pilotos que fizeram poucas provas mas conseguiram ao menos um ótimo resultado passam vários dos pilotos que fizeram várias provas mas não conseguiram bons resultados, como Max Chilton e Marco Andretti.

 

E nos campeonatos da CART também havia uma pontuação separada para uma "Copa das Nações", onde a maior pontuação de cada piloto em cada prova contava para uma espécie de campeonato paralelo. Nesse campeonato hipotético, os Estados Unidos seria campeão com cinco vitórias e estando no pódio em todas as corridas com exceção de Gateway 1. Com isso, eles passariam Dixon, que representa sozinho a Nova Zelândia (com exceção da corrida em St. Pete onde Scott Mclaughlin participa), que fica em segundo. Nesse caso, o Brasil ficaria na penúltima colocação, a frente dos representantes do Canadá, que também não conseguiram fazer a temporada completa.


Monster Energy Indycar Series presented by Verizon


piloto comemorando

O sistema da NASCAR para definição do campeão é, caracteristicamente, confuso. Com stage points, regular poits, vantagens por vitória, um campeonato dividido em quatro partes e todas as corridas divididas em três, esse sistema aplicado ao mundo da Indy fica meio estranho, mas possível. Vejamos aos poucos:

Primeiramente a temporada regular, que compreende as quatro (!!!) primeiras corridas do ano, que daria de St. Pete até Road America 2, onde se definiria os dezesseis pilotos a irem para os play-offs. Para definir esses pilotos, a NASCAR define que: os pilotos que vencem provas estão automaticamente nos playoffs, e as vagas remanescentes são definidos pelos pontos conquistados nos finais das provas somados com bonus points. Bonus Points são pontos que se conquista ao fim de cada parte específica de cada prova; cada prova é dividida em três partes: uma próxima a 25%, outra próxima a 50% e o fim da prova, onde os primeiros colocados nessas partes específicas também ganham pontos. Além de bonus points, cada parte da prova dá stage points, que são pontos permanentes que o piloto carrega durante todo o campeonato.

Depois da temporada regular, os dezesseis classificados vão para a primeira fase dos Play-offs, onde todos ficam com 2000 pontos mais os stage points somados. Daí são disputadas as três provas seguintes (Detroit 2, Texas e Road America), e os vencedores de cada prova mais os primeiros colocados na soma dos pontos mais os pontos regulares e os bonus points conquistados nessas três provas avançam para a fase seguinte. As rodadas dos play-offs vão se seguindo até sobrar apenas quatro pilotos e uma prova e, quem chegar na frente dentre esses quatro carros é o campeão da temporada.

 

Nas quatro primeiras provas da temporada regular do campeonato hipotético, Scott Dixon e Félix Rosenqvist vencem e estão automaticamente classificados, restando aos outros dezenove pilotos que tentaram correr nas quatro primeiras provas do ano classificar por pontos mais bonus points.Os cinco eliminados nessa fase foram Marco Andretti, Oliver Askew e Jack Harvey que não surpreendem; e as surpresas Alexander Rossi que foi muito mal nas quatro primeiras provas do ano e Takuma Sato, que teve problemas na prova do Texas e não largou, ficando sem marcar pontos.


Na fase seguinte, que compreende a rodada dupla em Iowa e a Indy 500, Newgarden e Pagenaud vencem em Iowa e passam direto para próxima fase, enquanto Takuma Sato vence a Indy 500 mas já estava desclassificado na parte regular da temporada. Nos pontos, Charlie Kimball, Conor Daly, Zach Veach e Rinus VeeKay perde por pouco devido a Félix Rosenqvist e Ryan Hunter-Reay conseguirem bastante bonus points nessa parte da temporada.


No top 12, formado pela rodada dupla em Gateway e pela corrida 1 em Mid-Ohio, Dixon, Newgarden e Power vencem e passam direto para a próxima fase. Simon Pagenaud e Marcus Ericsson vão muito mal e são os primeiros pilotos da Penske e Ganassi a serem eliminados, junto com Álex Palou que foi mal pra caramba nessa parte do ano. Santino Ferrucci duelariam pela última posição entre os oito melhores, mas Rahal precisaria tirar muita diferença na pontuação e, mesmo com o quarto lugar em Mid-Ohio 1, ele é eliminado por quatro pontos de diferença.


O Top 8 seria definido pela segunda prova da rodada dupla de Mid-Ohio e na rodada dupla do Harvest GP. Como Scott Dixon estava praticamente classificado mesmo sem vencer, pela grande quantidade de pontos bônus que ele conquistou ao longo do ano e os resultados razoáveis nas provas, basicamente quem vencesse uma das três provas estaria classificado. Os vencedores foram Newgarden (Mid-Ohio) Will Power e Colton Herta (Harvest GP), fazendo com que Santino Ferrucci, Félix Rosenqvist, Ryan Hunter-Reay e Pato O'Ward fossem eliminados na penúltima etapa.


Como sabemos, na corrida final, quem dos quatro conseguisse o melhor resultado era campeão e, como sabemos, Josef Newgardne venceu a corrida final em St. Pete, se sagrando campeão na nossa bricadeira. Dixon seria vice, seguido por Herta em terceiro e Will Power no quarto lugar.


Indy com o sistema de campeonato da NASCAR daria o título a Newgarden.

É interessante ver como o sistema da NASCAR muda completamente o campeonato da Indy. Vemos pilotos que foram muito melhores com o passar do ano, como Takuma Sato e Alexander Rossi caindo bem cedo devido a uma sequência de resultados ruins e uma hipotética temporada regular bem pequena, e também vemos pilotos como Santino Ferrucci e Félix Rosenqvist indo muito mais longe do que se imaginaria.


E... Bem, é isso. Pode trocar o sistema de pontuação, fazer mata-mata, chorar ou espernear. Dixon é campeão de qualquer jeito.

Se você curtiu ou chegou até aqui no texto, talvez se interesse pelos esquemas das pontuações de 2019, nas pontuações de 2018, ou pontuações de 2017ou talvez a de 2015 (não acho a de 2016, nem lembro se fiz), ou até mesmo a de 2014, que é a mais interessante, tem até Ryan Briscoe sendo campeão.

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