E se as corridas de Sonoma e da Indy 500 não tivessem pontuação dobrada? E se a Indy adotasse a pontuação da Fórmula Um ou o maravilhosamente confuso Play Off da NASCAR, Newgarden seria campeão, mudaria muita coisa? Essa postagem vem responder a todas essas dúvidas!
Spoiler: ele foi campeão em todas as simulações.
Um tema historicamente polêmico (não só mais polêmico que o calendário da categoria) é a pontuação dada em suas provas. Ela raramente agrada a todas as pessoas, seja pelo alto número de pontos ou seja pela pontuação dobrada na última etapa do campeonato ou pelo fato de distribuir quase 40 pontos para a qualificação das 500 milhas de Indianápolis.

Apesar de suscitar a dúvida, desconfiança e até ódio em algumas pessoas, eu gosto da pontuação da Indy e, para fins de comparação, sempre faço essa postagem anual brincando com outras pontuações. Pontuações diferentes mudariam tanto assim o cenário do campeonato?

Campeonato sem pontuação dobrada (Indy Planificada):

Mudou tanta coisa?
O primeiro cenário que vemos é o do campenato da Indy com a pontuação completamente planificada: tanto a pontuação extra dada nas 500 milhas de Indianápolis, seja a pontuação dada na qualificação, seja a pontuação dobrada dada na prova; quanto a pontuação extra dada pela pontuação dobrada na final do campeonato, em Sonoma, foram retiradas. 

Na tabela espelhada é possível ver, à esquerda, a pontuação da Indy normal e, à direita, a pontiação da Indy Planificada.

Como vemos, não há grandes mudanças. Os sete primeiros colocados permanecem os mesmos nos dois campeonatos hipotéticos e, dos pilotos que disputaram a temporada completa (ou quase completa), as alterações não passam de uma posição para cima ou para baixo. A única exceção é James Hinchcliffe, que foi terivelmente mal nas duas etapas com pontuação dobrada e, na Indy Planificada, subiria ao top 10 do campeonato.

Essa aleração de pontuação, que parece drástica e decisiva mas, na maioria das vezes, nem é tanto, não é exclusividade da temporada 2017 da Indy. A alguns anos atrás fiz uma postagem que mostrava várias simulações de pontuação dobrada nos últimos campeonatos da Indy e, na grande maioria dos casos, quase não houve alterações nos primeiros colocados.

A pontuação dobrada, na maioria dos casos, serve apenas para um item a mais de emoção. Newgarden chegaria em Sonoma com 28 pontos de vantagem sobre Scott Dixon (Newgarden estaria com 539 enquanto Dixon, o segundo colocado, teria 511) e, para se sagrar campeão, bastaria chegar entre os seis primeiros na última prova.

As pontuações tendem a ficar mais próximas entre os pilotos e, em um caso ou outro, elas ficam tão próximas que um piloto passa o outro, mas são casos isolados.

Fórmua 1ndycar Series:

Muita gente reclama que a Indy dá muitos pontos a todos os pilotos, e que isso só deixa as coisas mais difíceis e etc etc etc. Mas, quando transportamos os resultados da Temporada 2017 da Indy para a pontuação distribuída pela Fórmula 1, que é bem menor e dada a bem menos pilotos, similar a praticada pela CART em grande parte de sua história.

O resultado do campeonato, novamente, não é tão diferente nos sete primeiros lugares, onde apenas Hélio Castroneves perderia uma posição para o altamente irregular Will Power e, excetuando James Hinchcliffe novamente, Sebastien Bourdais, que se benificaria da pontuação para mitigar as provas que esteve fora por seu acidente no Pole Day das 500 milhas, e da regularidade sem grandes resultados de Max Chilton, não há grandes mudança na tabela final entre os pilotos da temporada regular.
Muda tanta coisa? [2]
Novamente, o que mais muda é a emoção do campeonato. Com a pontuação de Fórmula 1, Josef Newgarden teria mais de vinte pontos de vantagem sobre simon Pagenaud após Gateway e, com ambos não tendo grandes resultados em Watkins Glen, chegaria com uma mão na taça em Sonoma.

No fim, não alterou tanta coisa, também.

Monster Energy Indycar Cup Series Presented By Verizon:

Essa foi complicada. A NASCAR adotou um novo tipo de disputa de campeonato esse ano (ah, vá!) onde os pilotos marcam pontos não só no fim da prova, mas também DURANTE ela, em pontos específicos das provas, são distribuídos pontos para os dez primeiros. Além disso, os pilotos acumulam pontos em uma segunda tabela, usados como bônus para os Play Offs. Os Play Offs são estágios onde os pilotos vão sendo eliminados gradualmente até que, na última etapa, os quatro últimos pilotos disputam diretamente o título na prova final. O pessoal do Big One Brasil explicou bem detalhadinho aqui.

Para transportar toda essa maçaroca para a Indy, tive de adaptar não só os playoffs no reduzido calendário da Indy, como também os estágios nas durações das provas. Fiz um paralelo na porcentagem do fim dos estágios nos mistos (que, na NASCAR, terminam sempre com 22% e 45% da corrida) e fiz paralelos com corridas de mesmo tipo de pista e distãncia (Indy 500 e Daytona 500, por exemplo), e apliquei as pontuações das duas tabelas da NASCAR nos resutados da temporada da Indy. Os estágios do Play Off são feitos faltando dez, sete, quatro e da etapa final.

Mudou muita coisa? [3]
Mudou um bocado de coisa, mais ou menos. Vejamos detalhadamente:

  • A primeira fase fica reduzida, contando as provas apenas de St. Pete até Detroit 1.Cada piloto que vence uma etapa passa automaticamente para a próxima; com isso, Pagenaud, Newgarden, Hinchcliffe, Power, Bourdais, Sato e Rahal passaram automaticamente para o Top 16. Por pontos, Muñoz, Andretti e Daly, que foram mal não só nessas etapas, mas no campeonato todo, além de Pigot e os outros pilotos que não disputaram todas as provas foram eliminados.
  • A primeira fase do Play Off contava com as provas de Detroit 2, Texas e Road America. Rahal, Power e Dixon vencem e passam automaticamente pro Top 12. Bourdais sofreu o grave acidente na qualificação da Indy 500 e não soma pontos nessa fase, sendo eliminado, junto com Ed Jones (teve duas quebras nas três provas), JR Hildebrand e Ryan Hunter-Reay ( que não conseguiram um top 10 sequer nas três provas).
  • A segunda fase do Play Off era composta pelas provas de Iowa, Toronto e Mid-Ohio e os vencedores dessas provas, Hélio em Iowa e Newgarden em Toronto e Mid-Ohio, passaram automaticamente pro Top 8. Mikhail Aleshin não disputa a prova de Toronto e já está fora da próxima etapa, junto com Tony Kanaan (que consegue um nono lugar como melhor resultado nessas três provas), Max Chilton e Takuma Sato que, apesar dos resultados razoáveis, perdem por pouco para Hinchcliffe e Dixon nos pontos extras.
  • Pocono, Gatesy e Watkins Glen compoem a última etapa antes da prova final, e definem os quatro que lutarão pelo título virtual da Monster Energy NASCAR Indycar Series presented by Verizon. Newgarden, Power e Rossi vencem, passando direto para a final. A última vaga foi decidida nos pontos. James Hinchcliffe tem dois abandonos e não avança. Graham Rahal e Hélio Castroneves conseguem ser estáveis no Top 10, enquanto pagenaud consegue até pódio, mas ambos não se comparam a Scott Dixon, que consegue dois segundos lugares e avança para disputar o título na corrida final.
  • Na corrida final, todos sabem: Rossi tem problemas, Dixon termina em quarto, Power em terceiro e Newgarden se sagra campeão com um segundo lugar.
Excetuando algumas anomailas, como Hunter-Reay fora do Top 12, Hinchcliffe no top 8 e Hélio e Pagenaud fora do Top 4, foi consideravelmente parecido com os resultados. Três piotos do top 4 estiveram no Top 5 do campeonato de verdadinha da Indy, enquanto sete pilotos do Top 8 desse campeonato virtual terminaram no Top 8 da Indy de verdadinha.



Enfim. Apesar de várias pontuações diferentes, Josef Newgarden foi campeão nas três hipóteses de campeonato, enquanto os primeiros pilotos do campeonato se mostraram, basicamente, os mesmos. Isso mostra o domínio deses pilotos perante os outros esse ano.

E é isso pessoas, caso tenham alguma pergunta para nós sobre a Indy atual ou antigas sãnçoes (IRL, CART, Champ Car, USAC ou AAA) basta mandar pra gente em Indycenterbr@gmail.com ou em nossas redes sociais. Até mais!!

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