Como ficaria o campeonato da Indy com um sistema de pontuação diferente, como o da sua irmã da Europa, a F-1? Ou com a saudosa pontuação da antiga CART? Ou com o modelo mais confuso de mata-mata da NASCAR? Vejamos!!

Vejamos!!
Será que o campeonato dominante de Josef Newgarden se repetiria em todos os cenários??

Fórmula 1ndycar Series


Muitos falam que a pontuação da IndyCar, oriunda da IRL, é muito grande, confuso e desnecessário, usando a pontuação da fórmula 1 como exemplo. No entanto, depois do grande aumento da pontuação da Fórmula 1 nos últimos anos, as mudanças com relação a Indy ficaram bem menores e se tornaram iguais nos pilotos que fazem mais pontos. No entanto, uma característica da pontuação da F1 se manteve: a grande diferença de pontuação entre os três primeiros e o resto do pelotão. 


Essas duas características fazem com que as posições e diferenças entre os pilotos na Indy não são tão diferentes assim, principalmente nas primeiras posições (pois a pontuação dos primeiros colocados em cada corrida da F1 é parecida com a dada pela Indy dividida por dois); e as poucas mudanças notadas são causadas principalmente pela grande diferença de pontuação que há eno meio do grid da Indy e da F1. 

Nessa pontuação, Dixon seria o grande beneficiado, pois o neozelandês fez muito mais pódios do que Rossi, Pagenaud e Power, subindo para o segundo lugar no campeonato fictício da F1ndy. No entanto, com os dois resultados ruins em Gateway e Portland, onde Dixon passaria hipoteticamente em branco, garantiriam matematicamente o título para Newgarden antes da última corrida em Laguna Seca. O grande perdedor na parte da frente da tabela seria Simon Pagenaud, pois sua regularidade em terminar quase sempre no Top 10 e não abandonar provas não seria tão bem recompensada na pontuação da F1, e o francês cairia do segundo para o quarto lugar.

No meio da tabela, quem subiria bastante seria o japonês Takuma Sato que, sendo o piloto com mais pódios fora dos cinco primeiros colocados, subiria para o sétimo posto na classificação, a frente do regularíssimo Ryan Hunter-Reay e da novidade Colton Herta.

No fim da tabela, veríamos muta mudança principalente por parte de pilotos que não disputaram todas as provas mas tiveram bons resultados, como Jack Harvey, Conor Daly e, principalmente, Ed Carpenter (que subiria oito posições na tabela e entraria no Top 15 com seu pódio em Gateway).

Entre os brasileiros, ambos perderiam posições. Tanto Tony Kanaan quanto Matheus Leist seriam ultrapassados pelo bom desempenho de Carpenter nos ovais, enquanto TK também seria ultrapassado por Ericsson, que foi beneficiado por um segundo e dois sétimos lugares no campeonato. Leist seria ultrapassado por Jack Harvey que fez um pódio em suas dez provas da temporada, mas o brasileiro ultrapassaria o piloto da Andretti Zach Veach, pois Leist conseguiu um top 5 que o americano não conseguiu.


PPG IndyCART Series


A antiga pontuação da CART, praticada entre 1983 e 2003, é um pequeno híbrido entre a pontuação atual da F1 e a pontuação atual da Indy. Apesar de ter grandes semelhanças com a categoria máxima do automobilismo Euro-asiático, como a pontuação menor (quase metade do distribuído pela Indy) e apenas os doze primeiros pontuando ao invés do grid todo, as distâncias entre uma posição e outra é menor como acontece no campeonato da Indy atual.

Com isso, Dixon não saltaria tanto quanto na pontuação da F1, pois tanto ele com Rossi passariam Pagenaud e assumiriam o segundo e terceiro lugar na tabela e pelos mesmos fatores que apontados na pontuação da F1 mas, como esse efeito é menor na pontuação da CART, Dixon ainda ficaria três pontos atrás de Rossi (diferente dos sete pontos a frente do piloto da Andretti na pontuação da F1). Ambos ainda não alcançariam Newgarden que, novamente ganharia o título com uma prova de antecedência. O americano da Penske terminaria a prova de Portland apenas 22 pontos a frente do americano da Andretti, que é a pontuação máxima que um piloto podia fazer em um fim de semana da CART, mas Newgarden se garantia no número de vitórias e se sagraria campeão com qualquer resultado na corrida de Laguna Seca.

No meio da tabela a única grande mudança seria a queda de Colton Herta no campeonato, onde o piloto americano, apesar das duas vitórias, foi bem menos regular que seus rivais diretos (além da última prova não ter pontuação dobrada e ele perder vários pontos) o filho de Bryan Herta perderia posições para Hunter-Reay, Sato e Rahal.

No fim do grid o mesmo efeito visto na F1 se aplica, com Carpenter e Harvey ganhando várias posições e fazendo os brasileiros perder alguns pontos. Tony ainda perderia duas posições para Carpenter e Ericsson, enquanto Leist perderia para Carpenter e Harvey, além de não conseguir ficar a frente de Veach dessa vez devido a pequena diferença que há entre a pontuação da F1 e da CART, onde na pontuação da categoria Euro-asiática os dez primeiros marcam pontos e os doze primeiros pontuam na extinta CART.


E nos campeonatos da CARt também havia uma pontuação serparada para uma "Copa das Nações", onde a maior pontuação de cada piloto em cada prova contava para uma espécie de campeonato paralelo.

No campeonato hipotético de 2019, os Estados Unidos seria soberano com quase metade das vitórias no campeonato, enquanto a França ficaria no segundo lugar pelos resultados de Pagenaud e Bourdais combinados, Nova zelândia ficariam em terceiro e quarto lugares conquistados exclusivamente por Dixon e Power, respectivamente e a Suécia conseguiria o quinto lugar pelos resultados combinados de Rosenqvist e Ericsson.

O Brasil, com os resultados combinados de Kanaan e Leist, ficaria no oitavo lugar do campeonato, pouco a frente da Grã-Bretanha (que, apesar de ter cinco pilotos diferentes representando, não disputou todas as corridas), Emirados Árabes, México e Espanha.


Monster Energy Indycar Series presented by Verizon

Nessa o campeão seria Will Power
O sistema da NASCAR para definição do campeão é, caracteristicamente, confuso. Com stage points, regular poits, vantagens por vitória, um campeonato dividido em quatro partes e todas as corridas divididas em três, esse sistema aplicado ao mundo da Indy fica meio estranho, mas possível. Vejamos aos poucos:

Primeiramente a temporada regular, que compreende as sete primeiras corridas do ano, que daria de St. Pete até Detroit 1, onde se definiria os dezesseis pilotos a irem para os play-offs. Para definir esses pilotos, a NASCAR define que: os pilotos que vencem provas estão automaticamente nos playoffs, e as vagas remanescentes são definidos pelos pontos conquistados nos finais das provas somados com bonus points. Bonus Points são pontos que se conquista ao fim de cada parte específica de cada prova; cada prova é dividida em três partes: uma próxima a 25%, outra próxima a 50% e o fim da prova, onde os primeiros colocados nessas partes específicas também ganham pontos. Além de bonus points, cada parte da prova dá stage points, que são pontos permanentes que o piloto carrega durante todo o campeonato.

Depois da temporada regular, os dezesseis classificados vão para a primeira fase dos Play-offs, onde todos ficam com 2000 pontos mais os stage points somados. Daí são disputadas as três provas seguintes (Detroit 2, Texas e Road America), e os vencedores de cada prova mais os primeiros colocados na soma dos pontos mais os pontos regulares e os bonus points conquistados nessas três provas avançam para a fase seguinte. As rodadas dos play-offs vão se seguindo até sobrar apenas quatro pilotos e uma prova e, quem chegar na frente dentre esses quatro carros é o campeão da temporada.

Nas sete primeiras provas da temporada regular, Josef Newgarden e Simon Pagenaud

Santino Ferrucci seria a decepção por ser eliminado logo no começo.
vencem duas provas, enquanto Alexander Rossi, Takuma Sato e Colton Herta vencem uma. Os cinco vão automaticamente para o Round of 16. Somando os regular points e os bonus points, Scott Dixon, Will Power, Ryan Hunter-Reay, James Hinchcliffe, Félix Rosenqvist, Sebastien Bourdais, Graham Rahal e Spencer Pigot se classificam com uma prova de antecedência. Nas três vagas finais para serem decididas em Detroit 1, Jack Harvey não larga nessa prova e, como nas regras da NASCAR apenas os pilotos que largam todas as provas concorrem ao campeonato, o inglês fica de fora. Marcus Ericsson não vai tão bem, não consegue superar nem Marco Andretti, nem Santino Ferrucci nem Ed Jones, e o sueco acaba não se classificando. Junto com Ericsson, Kanaan, Veach, Leist e Chilton não se classificam para o Round of 16.

No round of 16, Scott Dixon vence Detroit 2, Josef Newgarden vence no Texas e Alexander Rossi vence em Road America e se classificam direto pro Round of 12. Graham Rahal, Ryan Hunter-Reay, simon Pagenaud e Will Power se classificam facilmente, enquanto Ed Jones não larga na prova do Texas e está automaticamente desclassificado nesse round e Spencer Pigot vai especialmente mal nessa parte do campeonato, deixando sete pilotos para cinco vagas. James Hinchcliffe, Félix Rosenqvist e Colton Herta vão muito bem na prova e se classificam, enquanto Takuma Sato e Sebastien Bourdais ficam no meio do grid, mas permanecem ainda a frente de Santino Ferrucci e Marco Andretti para se classificarem para o round of 12.

No mata-mata seguinte, disputado em Toronto, Iowa e Mid-Ohio, Pagenaud, Newgarden e Dixon vencem nessa etapa e estão automaticamente classificados. Alexander Rossi não vence mas vai muito bem e se classifica com uma corrida de antecedência, enquanto Will Power e Félix Rosenqvist tinham muita distância na pontuação em Mid-Ohio e se classificam facilmente nessa etapa, enquanto os outros seis pilotos brigam ferrenhamente pelas duas últimas vagas. Ryan Hunter-Reay consegue um ótimo quinto lugar que é o suficiente para ele se classificar, enquanto James Hinchcliffe mantém a consistência e faz o necessário para ficar apenas dois pontos a frente de Graham Rahal e quatro a frente de Sebastien Bourdais (que terminaram em Mid-Ohio a frente de Hinchcliffe). Takuma Sato e Colton Herta não vão tão bem assim, e ficam pelo meio do caminho também.

Prosseguimos pro Round of 8, disputado em Pocono, Gateway e Portland. Will Power vence em Pocono e Portland e se classifica enquanto Takuma Sato vence em Gateway, mas já estava classificado. A brigar pelas três vagas remanescentes, Josef Newgarden e Simon Pagenaud vão bem e, em conjunto com os váriso stage points que conseguiram acumular durante o campeonato, se classificam com uma prova de antecedência para a final em Laguna Seca. Paralelamente, Ryan Hunter-Reay, Félix Rosenqvist e James Hinchcliffe não vão tão bem assim nessas três provas e, em conjunto com poucos stage points, ficam praticamente fora da disputa da final. Alexander Rossi e Scott dixon disputavam a vaga final em Portland, onde Rossi estava seis pontos atrás de Dixon, mas o neozelandês vai especialmente mal naquela prova enquanto Rossi conegue o terceiro lugar e avança para a final.

Na final em Laguna Seca todos sabemos o que acontece. Colton Herta vence enquanto três dos quatro postulantes ao título fictício ficam presos no meio do grid e terminam fora do Top 5, enquanto Will Power fica o tempo todo disputando a prova com Herta, termina em segundo, mas se sagraria campeão da temporada 2019!!

Apesar de ser bastante cansativo fazer essas contas da NASCAR na temporada da Indy, é interessante ver e analisar todo esse resultado de campeonato. Vemos que, aplicando esses resultados no sistema mais confuso da NASCAR, os resultados não são tão diferentes assim. A diferença maior fica por conta da prova final em Laguna Seca e da saída um pouco mais prematura de Takuma Sato e Colton Herta na disputa pelo título, enquanto Ryan Hunter-Reay e James Hinchcliffe perduram por um pouco mais de tempo.

Isso se deve ao fato de que, apesar de ser um mata-mata, a regularidade é extremamente importante para que se tenha chances melhores de se prosseguir com chances de título durante o campeonato. No entanto, como no caso da prova final em Laguna Seca, existem momentos decisivos que se deve mostrar performance para poder se dar bem. Muito por isso vimos Will Power ir muito bem, pois estar numa Penske ajuda na sua regularidade por ter sempre um bom equipamento e, pelo menos nos últimos anos, o australiano se deu muito bem em momentos decisivos. Faz sentido ele ser campeão em um sistema desses.

E... Bem, é isso. Pode trocar o sistema de pontuação, fazer mata-mata, chorar ou espernear. Dixon é campeão de qualquer jeito.

Se você curtiu ou chegou até aqui no texto, talvez se interesse pelos esquemas nas pontuações de 2018, ou pontuações de 2017ou talvez a de 2015 (não acho a de 2016, nem lembro se fiz), ou até mesmo a de 2014, que é a mais interessante, tem até Ryan Briscoe sendo campeão.

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