A equipe que mudou bastante nos últimos anos vem buscando se consolidar entre as principais equipes e, para isso, fez uma aposta meio ousada: mudou nada da temporada desse ano.


No fim desse ano a Arrow McLaren SP anunciou suas mudanças para a temporada 2022, e a principal mudança é que não mudou nada dessa temporada: continuamos com Pato O'Ward no #5 e Félix Rosenqvist no #7. Ou seja, a equipe está praticamente igual a esse ano.


A Fórmula Indy é uma categoria que, recentemente, vem mudando bastante de uma temporada para a outra: seja por equipamento ou pelas grandes mudanças de pessoal nas equipes, principalmente dos pilotos que compõem essas equipes, todas mudam um bocado de uma ano para o outro. Isso faz com que, muitas vezes, quando você não muda, corre-se um grande risco de acabar ficando pra trás quando as mudanças de suas rivais surtem algum efeito.


Temos, em graus diferentes, três exemplos disso, que são as equipes Ed Carpenter Racing e a Team Penske. Primeiro, a equipe de Ed Carpenter e Tony George que é um monolito preso no tempo, onde desde 2015 quando era Carpenter Fisher Hartman Racing faz a mesma coisa de alinhar um carro em temporada completa e um carro dividido com Ed Carpenter nos ovais e outro piloto nos mistos. As coisas deram razoavelmente certo até 2016, quando Josef Newgarden estava no carro de temporada completa e conseguia bons resultados e Ed Carpenter conseguia resultados razoáveis nos ovais. Hoje em dia o carro de temporada completa consegue um resultaddo bom aqui e ali mas em campeonato não fica entre os dez primeiros desde a saída de Newgarden e os resultaddos bons de Ed Carpenter vem ficando cada vez mais esporádicos, o que faz com que a equipe aos poucos vai fcando pra trás e hoje disputa com Coyne e Foyt no meio/fundo de grid a maioria das vezes.


Já no caso da Penske vemos algo parecido mas acontecendo na frente do grid. Desde os anos de ouro de 2014 a 2017 a equipe passou por mudanças onde entraram Josef Newgarden e Simon Pagenaud na equipe, e desde então a equipe confiava muito nesses dois e em Will Power. Mas, de lá pra cá os resultaddos vem caindo cada vez mais: em 2019 a equipe ainda conseguiu fazer 1-2 no campeonato com Newgarden e Pagenaud, mas nas duas últimas temporadas a Penske vem brigando pelo título apenas com Newgarden e, enquanto isso, a Ganassi, Andretti e até mesmo a Arrow McLaren que inovaram com pilotos novos chegaram bem próximo ou superaram a Penske no final do campeonato.


Por isso, muitas vezes, ficar parado na Indy mesmo que por uma temporada é normalmente um mau sinal. No entanto nem sempre isso acontece para o mau, e muitas vezes uma estabilidade é bem vista.


No caso da Arrow McLaren SP a estabilidade e pouca mudança desse ano para o ano que vem é uma boa: a equipe mudou bastante do ano passaddo para esse ano, saindo Oliver Askew para entrar Félix Rosenqvist e com a McLAren assumindo ainda mais a equipe no lugar da Schmidt-Peterson. 


Com essas mudanças a equipe teve um ano melhor em 2021: o Pato O'Ward, que tinha ficado em quarto lugar no campeonato mas passou longe de disputar o título no ano passaddo, melhorou e conquistou duas vitórias, brigando pelo campeonato com Palou e Newgarden até quase o final do campeonato. O grande problema ainda é o #7, onde Oliver Askew no ano passaddo quanto Félix Rosenqvist esse ano não engrenaram com esse carro. O melhor resultaddo do #7 foi um pódio com Askew em Iowa 1, enquanto nesse ano o #7 não conseguiu nem um Top 5.


Nesse âmbito, manter a estabilidade para o ano que vem é bem-vindo. Pois a estrutura que se mostrou boa no ano passaddo para o #5 pode ter um maior entrosamento para o ano que vem e gerar ainda mais frutos, enquanto a equipe do #7 com Félix Rosenqvist tem ainda mais tempo para descobrir onde estão errando e melhorar os resultaos.


Aproveitando que estou falando muito de comparações, algo parecido aconteceu com a Rahal Letterman Lanigan Racing. A equipe de Bobby Rahal teve muitos problemas durante a reunificação e quase fechou as portas entre 2009 e 2010. Depois ela passou por uma série de mudanças, aumentou para um carro em temporadda completa e, quando a Honda melhorou bastante seus carros a RLL conseguiu ótimos resultados com Graham Rahal em 2015 até 2017, conseguindo até mesmo sair do jejum de oito anos sem vitória.


Para buscar manter essa boa fase a equipe aumentou sua boa fase e se consolidar como uma das principais equipes Honda, alinhou um segundo carro em temporada completa para Takuma Sato em 2018 e decidiu se estabilizar. Com isso os resultaddos continuaram vindo e, apesar da equipe não ter conseguido ficar mais entre os cinco primeiros no campeonato, ela constantemente está na frente e conquista até vitórias incluindo a Indy 500 do ano passado, feito quase inimaginável alguns anos atrás.


Assim, sabendo de seu patamar atual de equipe média, no ano que vem dará mais passos a frente colocando um terceiro carro na equipe e substituindo Takuma Sato pelo novato Christian Lundgaard, a fim de dar novos rumos e tentar ir mais a frente.


Esse provavelmente deve ser o plano da Arrow McLaren SP: buscar estuar em que patamar ela se encontra nesse momento e, a partir daí, talvez expandir e buscar voos ainda maiores em busca de ultrapassar as três grandes equipes da categoria.


Então vale muito a pena ficar de olho no desempenho e nos resultaddos da equipe no ano que vem. Se eles melhorarem ainda mais com essa estabilidade temporária temos a possibilidade de ver o surgimento repentino de mais uma equipe grande no futuro da Indy.

Um comentário:

  1. Eles perderam uma oportunidade de ouro ao não contratar o Kyle Kirkwood. Poderiam ter feito contrato part-time e liberado nas outras provas.

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