Filipe Dutra relembra os momentos do fatídico dia 16 de outubro de 2011.


Ele não podia acreditar. O carro 4, aquele carro que ele conhecia tão bem, justamente o carro que estava entre ele e o leite de Indiana, raspava furiosamente o muro da curva 4 – olha o número de novo – na última volta das 500 Milhas de Indianápolis! Ele podia vencer. Podia? Ai, meu Deus, pensou ele. Ai, meu Deus, gritaram os espectadores no Indianapolis Motor Speedway. Era possível já ver a linha de tijolos. Foram as centenas de metros mais longas da História. Toda a força estava concentrada pra impulsionar o motor Honda até a linha de chegada. Só após ver a bandeira quadriculada acima de si, é que ele pôde gritar: “É isso aí, caras!”. O troféu voltaria a ter seu rosto estampado. Seu filho poderia vê-lo no centro das atenções em todo o mundo. 


A roleta estava a seu favor.


Roleta esta que estampava o seu capacete naquele dia de outubro. Roleta que era o símbolo de Las Vegas, local em que a prova estava sendo disputada. Roleta russa, pois seriam 34 carros rodando em um circuito de uma milha e meia. E alguém poderia estar na ponta da agulha. Quis o destino – o mesmo destino que o presenteou com uma das maiores vitórias de sua vida – que, após dez voltas, ele não conseguisse escapar de um grande acidente, e nos deixasse precocemente. Ele foi, infelizmente, o escolhido.


E o que era festa passou a não sê-lo. Dario Franchitti havia conquistado o quarto título seguido da IndyCar, mas a única coisa que ele conseguia pensar era na perda do grande amigo. Tony Kanaan, outro amigo, estava liderando a prova quando o fatídico momento aconteceu, e era também só prantos. Lágrimas estas que estavam refletidas em milhões de pessoas por todo o mundo. Pois, no ano em que Dan Wheldon nos ganhou, nós o perdemos.


Dez anos sem Dan Wheldon. E o mundo do automobilismo nunca o esqueceu.

Um comentário:

  1. 2011 foi um ano trágico no automobilismo pois tivemos a morte do Dan Wheldon e justo no ano que ganhou de novo a Indy 500 num azar danado do JR Hildebrand que nunca mais teve outra chance na vida, a morte do Marco Simoncelli na Moto GP e aqui no Brasil a morte do Gustavo Sondermann em uma prova da Stock Light.

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