A Andretti já anunciou dois carros, enquanto outras duas equipes tem seus primeiros pilotos anunciados também. Confira aqui quem pilota por qual equipe!



A Indy Lights teve finalmente sua dança das cadeiras começando com quatro vagas muito importantes sendo preenchidas. Normalmente a categoria de acesso à fórmula Indy demora um pouco mais para ter bastante vagas preenchidas, lá pra fim de dezembro ou início de janeiro, mas as vagas mais importantes tendem a ser prrenchidas logo.


Para falar dessas vagas, vamos comentar uma por uma, indo na ordem cronológica dos anúncios:


TJ Speed Motorsports é criada e Kyffin Simpson será o piloto da equipe australiana



E temos uma nova equipe na Indy Lights! Ela é a TJ Speed Motorsports, equipe recém-criada pelo engenheiro australiano Tim Neff, que já trabalhou bastante no grid da Indy e recentemente estava ana HMD Motorsports na Indy Lights.

No ano passado ele criou uma equipe para correr na F-Regional Americas (que só corre nos EUA) com quatro carros que seriam ocupados, basicamente, por quatro pilotos pay drivers. O ponto é que a equipe deu bastante certo onde a equipe foi a campeã da temporada e levou um de seus pilotos, Kyffin Simpson, a ser campeão da F-Regional Americas desse ano.

Simpson então, escolheu correr na Lights esse ano, trazendo a TJ Speed consigo. Quem acompanha mais de perto o Road to Indy ou meus resumos sabem quem é Kyffin Simpson, e quem não sabe quem é eu explico: ele é um piloto com cidadania das Ilhas Cayman e, portanto, é um piloto britânico naturalizado americano que, no ano passado, correu algumas provas na F-4 USA e na F-Regional Americas, até decidir fazer a temporada completa esse ano tanto da F-Regional como da Indy Pro 2000.

Na Indy Pro, correndo pela Juncos (uma das maiores equipes da categoria) e não foi muito mal, conseguindo três pódios e ficando a maior parte do tempo no sétimo lugar do campeonato, quase sempre preso no meio do pelotão enquanto seu companheiro de equipe, Reece Gold (que é mais novo e tem a mesma experiência de monopostos) estava constantemente mais a frente e chegou a conquistar uma vitória. Mas, se as coisas na Indy Pro não enchiam os olhos, na F-Regional Americas era bem diferente, e Simpson foi campeão em cima do eterno Joshua Car com quatro corridas de antecedência, tendo sete vitórias e doze pódios em dezoito corridas.

Tá certo que a F-Regional Americas não é a categoria lá mais competitiva do mundo, tendo constantemente de doze a treze carros só para satisfazer o mínimo da FIA pra dar pontos de super licença. Mas, como prêmio pelo primeiro lugar no campeonato, Simpson também ganhou uma bolsa de patrocínio completo para correr na Super Fórmula (sim, a Japonesa). Simpson, como além de ganhar um patrocínio tem um bom aporte financeiro pessoal, fará as duas categorias o máximo possível, viajando constantemente dos EUA para o Japão, tendo até a opção de correr na Super GT já que ele tem experiência em dirigir os carros tipo GT3. 

Simpson será o primeiro piloto da história a correr na Indy Lights e na Super Fórmula ao mesmo tempo. Isso será muito importante para definir a carreira do jovem piloto de 17 anos que, caso vá bem em uma ou nas duas categorias, terá pontos de super licença o suficiente para sonhar com a Fórmula 1. 

Ou seja, apesar de Simpson ser bem novo, enfrentará uma jornada bem dura pensando muito mais na carreira do que necessariamente em título. E isso pode casar muito bem com os planos da TJ Speed pois a estreante enfrentará equipes que podem não parecer poderosas, mas que já mexem com esse chassi a muito tempo e tem vantagem de segredos, o que é importantíssimo em uma categoria completamente spec. Ou seja, para uma equipe sem tantas expectativas nada melhor que um piloto sem tantas expectativas.

Sting Ray Robb entra na Andretti Autosport


A Andretti Autosport anuncio em 28 de outubro o seu primeiro piloto na Lights, e ele foi o americano Sting Ray Robb. Robb já é um bocado conhecido no Road to Indy porque está nele desde 2017, fez quatro anos de Indy Pro 2000, onde foi campeão no último ano dele. Daí migrou para a Lights pela Juncos nesse ano e, agora, entrará na Andretti no ano que vem.

Robb nunca se destacou muito no Road to Indy onde, tirando no ano que foi campeão da Indy Pro 2000, em 2020, não conquistou mais vitórias, tendo o recorde moderno de piloto que mais demorou para vencer na Indy Pro 2000, vencendo apenas em sua 53ª prova. 

Subindo pra Lights, ele fez o que lhe era esperado: em uma Juncos não tão bem por causa de problemas financeiros (equipe argentina e talz) Robb era sempre regular no terceiro pelotão do grid da Lights, ou seja, disputando do oitavo ao 12º lugar num grid com d12-13 carros em quase todas as provas até a corrida de Laguna Seca, onde deu uma melhorada e chegou a conquistar um quinto lugar na última etapa do ano em Mid-Ohio 2.

Robb parece que é um piloto que aprende e se acostuma mais lentamente as coisas e num futuro próximo, combinando uma grande experiência com uma oportunidade certa, pode novamente ser campeão que nem aconteceu no título dele na Indy Pro 2000. Para o ano que vem, mesmo na Andretti, não se espera tanta coisa dele, além de mais um ano regular só que talvez, dessa vez no segundo pelotão do grid e não disputando a rabeira.

Hunter McElrea entra no #27 da Andretti Autosport e é um dos favoritos ao título



O segundo carro da Andretti Autosport a ser preenchido foi o #27 para o australian Hunter McElrea. O australiano de 22 anos conseguirá subir da Indy Pro 2000 para a principal categoria de acesso à Fórmula Indy.

McElrea migrou para o Road to Indy depois de ser campeão da f-ford Australiana em 2018. Entrou na USF2000 na Pabst Racing, a segunda melhor equipe dessa categoria, e foi vice-campeão direto, perdendo apenas para Braden Eves da poderosa Cape Motorsports.

Ele subiu pra Indy Pro 2000 no ano seguinte pela própria Pabst, onde permaneceu para a temporada da Indy Pro 2000 desse ano também. Ele não fez feito, onde conseguiu uma vitória na última prova de 2020 e três vitórias esse ano, além de vários pódios. Nesse ano chegou a brigar pelo título com poucas chances após cinco pódios seguidos em um tempo em que Christian Rasmussen não conseguia bons resultados e Braden Eves estava irregular, mas acabou ficando apenas com o terceiro lugar no campeonato.

E agora Hunter McElrea entra na Andretti Autosport, a principal equipe da Indy Lights. Esse passo é muito importante para a carreira do australiano pois, quando observa-se o desempenho dele nas provas, se observa uma considerável irregularidade: em um fim de semana em St. Pete ele está no bolo brigando pelo pódio, e no fim de semana seguinte em Indianápolis misto ele está preso no pelotão intermediário brigando entre o oitavo e o décimo lugar.

Essa irregularidade não é só do australiano mas também da Pabst, que é uma equipe média e os companheiros de equipe do Hunter também tinham resultados irregulares. McElrea conseguia arrancar vitórias, mas a irregularidade em um campeonato equilibrado e com poucos carros como as categorias do Road to Indy é pedir para ter um campeonato ruim.

Agora a responsabilidade vai para McElrea. Ele está com a faca e o queijo na mão para mostrar resultado.

Danial Frost muda de equipe e entra na HMD Motorsport


E no dia 12 de novembro foi anunciado o primeiro piloto da HMD para a temporada do ano que vem na Indy Lights, e ele é Danial Frost.

O piloto de Cingapura estava na Andretti Autosport no ano passado com uma temprada razoável, conseguindo o quinto lugar no campeonato com quatro pódios no total, ficando a frente dos seus companheiros de equipe Robert Megennis e Delvin de Francesco. A temporada do ano passado consolidou uma série de temporadas razoáveis que ele teve no Road to Indy, onde fez duas temporadas completas na Indy Pro 2000 onde terminou o campeonato em quinto e terceiro, respectivamente.

Mas, mesmo com a temporada razoável e tendo a chance de correr pela Andretti na Lights novamente, Danial Frost optou por mudar de equipe. Isso parece uma mudança simples, mas tem um motivo muito forte: a Andretti não parece ter vagas abertas tão cedo na Indy principal, e como Frost planeja subir pra Iny em 2023 ou 2024, quando ele terá 22 ou 23 anos, estar na Andretti, ironicamente, pode atrapalhar seus planos.

Isso pode ser bem observado esse ano: a Andretti tinha dois pilotos para subir esse ano, e apenas uma vaga. Assim, De Francesco subiu para a Andretti Steinbrenner enquanto Kirkwood ficou numa espécie de stand by, onde ele pilotará pela Foyt esse ano e fica no aguardo de algo aparecer na equipe de Michael Andretti. Danial Frost, caso fosse dubir pela Andretti teria de brigar com esses dois pilotos pela vaga do #29 de De Francesco, já que os carros #26 de Colton Herta, #27 de Alexander Rossi e #28 de Romain Grosjean parecem bem mais consolidados.

Danial Frost não precisa disso para subir para a Indy. Claro, uma vaga na Andretti é bem prestigiada por ser uma das três grandes da Indy e subir diretamente com ela é algo gigantesco, mas Frost tem o dinheiro necessário para subir para a Indy pela sua patrocinadora principal, a DenJet cujo dono é seu pai. Assim, fazer um bom ano pela HMD, o que é bem possível pois a equipe brigou pelo título esse ano e ele é um bom piloto com uma temporada de experiência, e depois subir por uma equipe média ou não tão ruim como a Foyt em 2023 parece um plano bem mais factível.

No mais, Frost é um bom piloto e tem chances de disputar vitórias ano que vem, em seu primeiro ano na Lights superou um piloto que subiu pra Indy (De Francesco) e um piloto que já tinha duas temporadas na Andretti (Robert Megennis). Temos de ficar de olho no piloto de Cingapura, pois ele tem tudo para subir em uma Rahal Letterman ou Dale Coyne nos próximos anos.

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E essas são as quatro primeiras vagas preenchidas para a Lights em 2022. Existem alguns prospectos otimistas de que o grid pode aumentar para 15 carros segundo Roger Penske, no entanto é bem difícil chegar a esse número pois isso depende que as duas grandes equipes do ano passado, a Andretti e a HMD, permaneçam com quatro carros cadda uma enquanto as equipes médias e pequenas precisam aumentar suas estruturas.

Em minha projeção bem menos otimista, creio que teremos de onze a treze carros no máximo. Podem me cobrar depois.

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