Quatro carros da Indy testaram no Indianápolis Motor Speedway, visando emular os novos parâmetros de motor que serão introduzidos na categoria a partir de 2023.
Daqui dois anos será introduzido na categoria um novo motor, mais potente e com o diferencial de ter um KERS embutido em sua estrutura, que seria usado de forma similar ao push-to-pass que a Indy tem atualmente com seu motor turbo.
É esperado que esse novo motor tenha cerca de 100 cv a mais de potência que o atual e, para simular os efeitos dessa maior potência, as duas fabricantes de motores atuais da Indy, a Chevrolet e a Honda, fizeram um teste dirigido no sábado (27 de março). Scott Dixon e Alexander Rossi pela Honda e Josef Newgarden e PAto O'Ward pela Chevy fizeram testes sozinhos na pista pela manhã e, à tarde, todos andaram em comboio, alternando suas posições.
O teste foi feito aumentando a pressão do turbo em vários níveis, para haver uma simulação maior de vários graus de aumento de potência durante o teste. No entanto os resultados deste causou reações diversas entre os quatro pilotos, onde alguns viram com desconfiança a reintrodução do push-to-pass em ovais (onde a categoria usou push-to-pass nos ovais até 2011).
Josef Newgarden achou interessante a proposta, pois ela aumenta as velocidades que é imprimida nos carros da Indy: "É o que fazemos na Indy. Estamos ultrapassando os limites do homem e da máquina. [Esse teste] É realmente um grande trabalho a garantir que estamos no caminho certo e tomando as decisões certas, para que possamos ter carros mais rápidos, mas de uma maneira mais segura. É disso que se trata hoje."
Já Scott Dixon mostrou ideias diferentes em uma grande resenha: "Com a transição para o híbrido, acho que Indy quer entender como aplicar essa tecnologia”, disse Dixon. “Como vai funcionar na pista, como pode tornar a corrida melhor, como pode ser aplicado em diferentes áreas, então hoje estava apenas vendo como você pode aplicá-lo em uma supervelocidade."
"Não tenho certeza se era 50 ou 60 cavalos a mais; os fabricantes nunca nos dizem. Mas usando a variação mais longa do push-to-pass, ele aumentou nossa velocidade de 5 a 7 mph. Muitas vezes você chegava na curva a 10 mph mais rápido do que o normal, e acho que todos nós tivemos alguns momentos de 'vai dar merda', Porque não é o que estamos acostumados. Não sou um grande fã de push-to-pass em SuperSpeedways, porque já estamos muito vulneráveis pela velocidade e, às vezes, situações malucas surgem que não são necessariamente boas e podem piorar a corrida. Isso [o push-to-pass] vai aumentar a velocidade e o desgaste dos pneus, então há muitas perguntas a serem respondidas ainda."
Alexander Rossi também não é muito favorável ao push-to-pass em ovais, mas por outro motivo: "Indy em ovais é sempre uma corrida de economia combustível e ninguém vai usar o push-to-pass até o final da prova. Daí todo mundo vai usar para atacar ou para se defender ao mesmo tempo, então não vai mudar nada na corrida."
A Incerteza do teste também foi refletida na declaração de Jay Frye, presidente da INDYCAR, empresa que comanda, organiza e sanciona a Fórmula Indy: "Chegamos hoje pensando que isso [o teste] nos traria mais perguntas do que respostas, e foi isso que aconteceu. Se você pensar em 2023, além do novo motor com 100 cv a mais, teremos o novo sistema híbrido também terá a capacidade de ter mais 100 cv. Então, como isso funciona? Com o sistema push-to-pass que temos com a fórmula do motor atual, podemos simular um pouco como ele poderia funcionar, que é o que tentamos fazer hoje."
"Acho que [os pilotoss] tiveram alguns momentos indo para uma curva - em vez de a 230 [mph], eles estavam indo a 236. Houve algumas reações diferentes, mas foi realmente um bom aprendizado. Hoje, obtivemos muitos dados dos carros para nos dar alguma direção sobre qual abordagem seguir"
"O uso do push-to-pass por parte dos pilotos foi interessante. Em uma primeira fase, demos 200 segundos [de push-to-pass] para todos usarem como quisessem em um intervalo de 20 voltas e a maioria deles usou cerca de 100 segundos apenas. Em outra parte, simulamos períodos [de push-to-pass] entre 5 e 10 segundos, e os pilotos usaram mais a versão m ais curta dele"
Quando questionado pela Motorsport.com sobre quanta potência os motores terão em 2023, Frye respondeu: “Estarão chegando a 900 cavalos. O sistema híbrido tem o potencial de ter 100 cv logo na implantação. Isso não significa que usaremos tudo [os 100 cv a mais que o KERS proporcionará ao motor] pois os novos motores terão capacidade maior, de 2,4 L, e por si só já terão 100 cv a mais. Ir para 2023 com 200 cv extras é provavelmente muito, então vamos olhar para o sistema híbrido para ver o que podemos fazer para limitar isso em 2023, e então posteriormente aumentaremos a potência da unidade híbrida."
Embora [Ted] Pappas, COO da INDYCAR, estimou ontem que os híbridos de 2,4 litros provavelmente entrarão em ação pela primeira vez em julho desse ano, Frye disse que esse primeiro contato seria janeiro ou fevereiro do próximo ano. Ele também disse que o teste de hoje validou as mudanças aerodinâmicas feitas durante os testes no outono passado, enquanto a Fórmula Indy busca melhorar a corrida nas 500 milhas de Indianápolis.
Ainda serão realizados mais testes, mas todos estes voltados para o início da temporada da Indy no dia 18 de abril em Barber. Essa semana, por exemplo, haverá um teste coletivo no oval do Texas, além de haver outros testes previstos para acontecer em Barber, em Laguna Seca, em Sebring e em outras pistas até o início das corrida.
Fonte: RACER e Motorsport.
Nenhum comentário:
Postar um comentário