Recentemente a Indy publicou que quer um carro com misturas de DW-12 com DP01 para 2018 e nos intrigou com os rumos que a categoria poderá tomar a médio e longo prazo.
AAAARRRGHH... As outras fotos estão aqui também.
Semana passada, Jay Frye, presidente de concorrências e operações da INDYCAR, publicou os seus anseios para os chassis da categoria até 2020. Sua ideia prevê o congelamento dos aerokits para 2017 e um carro completamente novo em 2020 e reiniciar um ciclo parecido com o DW-12 (que, na verdade, se chama IR-12, pois a homenagem a Dan Wheldon permaneceria apenas para o chassi em 2012, voltando ao nome original no ano seguinte).  Para os anos de 2018 a 2020, a categoria planeja adotar um chassi e aerokit único para todas as montadoras, com um chassi-aerokit para ovais longos e outro aerokit-chassi para ovais curtos e circuitos mistos.

Até aí tudo normal, planos decentes para uma categoria que não quer gastar tanto dinheiro e quer atrair uma nova fornecedora de motores. Ter um plano a longo prazo e, principalmente, um plano que barateie os custos até o novo chassi de 2020 chegar, é uma grande sacada da INDYCAR.

O problema reside não em fazer um chassi spec (comum a toda a categoria), mas sim na concepção, ou mesmo na ideia, de misturar o DW-12 com o DP01, fabricado pela Panoz em 2007 para as corridas da ChampCar.

Essa revelação mexeu um bocado com a comunidade da Indy, principalmente com a volta de características da CART/ChampCar de volta aos carros da categoria. Vitor Souza, que faz uns 3D Renders muito da hora na VSM Modding and Motorsports, fez um especial para mostrar o que Jay Frye revelou nos seus planos: um carro com  grande parte da carenagem, bico, laterais e tampa do motor inspirada no DP01, mas com o cockpit e a asa traseira (o suporte da asa traseira é do DP01) do DW-12 spec, sem os aerokits.
Para fácil comparação, outros ângulos na imagem. clique para ficar ainda maior, se quiser.
Ele é consideravelmente diferente do DW-12 e suas variantes. No antigo carro da Panoz, a maioria da pressão aerodinâmica do carro vêm debaixo do carro, devido ao seu assoalho estendido e suas laterais retas e limpas. A tampa do motor bem menor, com o santoantônio vazado, entradas de ar menores e asa dianteira muito baixa e limpa sejam completamente diferentes do visto atualmente.

Desde a implementação do projeto ICONIC, onde o maior projeto era o desenvolvimento do DW-12, os Dallara não apresentavam grande pressão aerodinâmica como característica, seja oriundo do assoalho ou do conjunto de asas e da ressureição das proteções das rodas dianteiras e traseiras. Outra característica que nasceu aí foram os carros muito robustos e que geram uma quantidade muito grande de arrasto.

Isso ocasionou corridas muito próximas e imprevisíveis nos mistos, principalmente com as proteções das rodas, que ajudavam a não furar os pneus e ter brigas mais próximas nas freadas e nas curvas. Mas o grande arrasto atrapalhou as corridas em ovais curtos, gerando grandes procissões, e a falta de velocidade nos carros gerou grandes críticas de todos.
A lateral toda desenhada, as entradas de ar e asas gigantes imperavam no DW-12.
No melhor estilo Indy vieram os aerokits. Eles vieram dois anos depois do previsto, a pedido de praticamente todos, e tinha como objetivo corrigir os defeitos levantados acima do DW-12 spec. Entretanto, ao invés de suavizar as linhas do chassi Dallara básico, os aerokits adicionaram pressão aerodinâmica de tal forma que suplantou o arraste dos carros.

Assim, os carros estavam muito mais rápidos pela aerodinâmica, que, mesmo tendo muito arraste nos carros, fez os DW-12 quebrarem recordes de velocidade por onde passavam. Entretanto, aquela parede gigante de ar quente que saía do carro da frente atrapalhava muito na hora de seguir e ultrapassar o carro da frente, gerando corridas não tão apreciáveis quanto as que ocorriam com o DW-12 spec. Os excessos de aletas laterais também atrapalharam um pouco a competição, com trocas de asas e furos de pneu a torto e a direito.
Caros gigantescos, robustos e cheios de aletas. Esses são os carros atuais da Indy.
Como vimos, nos últimos anos (na verdade, desde o começo da IRL e nos carros da CART para ovais), a robustez dos carros grandes, espaçosos e cheios de arraste.

O DP01 é quase um literal contraste desses carros. As linhas quase completamente limpas do carro que o deixam tão bonito quase não geram arraste, e propiciam os carros andarem muito próximos uns dos outros. Foi a última tentativa da ChampCar de sobreviver, economizando com sua monomarca e atraindo mais o público com corridas próximas, mas Inês já era morta com corridas de 17 carros.

Entretanto, o conjunto todo, ao menos para os padrões atuais da Indy, parecer consideravelmente mais frágeis. A própria temporada de 2007 da ChampCar mostrou isso, com a asa traseira saindo com certa facilidade nos toques de roda com roda, incluindo na largada da corrida de Toronto, onde Dan Clarke perdeu toda sua asa dianteira num leve toque com a roda de outro competidor. Nessa mesma prova, também vimos Tristan Gommendy voando por cima de outro carro algumas curvas mais a frente. 



Outro ponto muito importante são os ovais, pois o carro de misto disputa todas as provas em ovais curtos da categoria. Ninguém sabe como o DP01 se comporta num oval, por nunca ter corrido em um. A ChampCar não correu em ovais na temporada de 2007 e nem se sabe se o carro conseguirá produzir efeito solo, devido a placa reta embutida nas laterais do carro e a tampa do motor particularmente baixa com uma asa maior, como a do DW-12.

A Indy, pela quarta vez nessa década, pode mudar completamente de rumos. A categoria pode mudar completamente de cara e de forma novamente, antes de mudar completamente de cara e de forma em 2020, com os novos chassis. Aguardemos os próximos capítulos.

Um comentário:

  1. em minha opinião, poderia tirar os ovais curtos da temporada e colocar os ovais maiores que são muito mais emocionantes, e o aerokit de 2012 a 2014 deve voltar, já que gerou as melhores corridas dos últimos anos na indy

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