O portorriquenho da Carlin se aproveita de deslizes de seus adversários (principalmente de Veach) e do fim de semana não muito inspirado dos líderes para vencer o Iowa Challenge. André Negrão tem um fim de semana complicado na segunda vez que dirige em ovais.


Nesse fim de semana no oval de Iowa haveriam mais mudanças no grid. Enquanto a Belardi e a Team Pelfrey apareciam com apenas um carro cada para correr no oval de 7/8 de milha, contando apenas com a presença de Zach Veach (Belardi) e Juan Piedrahita (Pelfrey), a Schmidt-Peterson voltava a aparecer com três carros, com a volta do velho sul-coreano Haemin Choi ao certame.

No primeiro treino a Carlin ainda se mostrava muito bem no circuito, onde, no ano passado, fez dobradinha com Max Chilton e Ed Jones. Jones e Serralles vinham em segundo e terceiro no primeiro treino livre, atrás apenas do eterno Juan Piedrahita. Entretanto, no fim do primeiro treino, os novatos Santiago Urrutia (SPM), Zachary Claman de Melo (Juncos) e Dean Stoneman (Andretti), que ficou em primeiro na sessão.

Negrão encontrando o Helinho.
No treino do fim da tarde de sábado, cinco equipes diferentes nas cinco primeiras posições. dois dos três primeiros do campeonato estavam lá na frente, com Ed Jones, o líder do campeonato, em primeiro e Santiago Urrutia, o terceiro do campeonato, logo atrás em segundo. Logo atrás, vem os experientes Zach Veach, Kyle Kaiser (Juncos) e Juan Piedrahita. Topdos com a melhor volta no mesmo décimo de segundo e prometia muito para a prova do domingo.

Mas a chuva lavou muito da ansiedade da prova. A chuva começou no fim da manhã e eu, pessoa traumatizada com a prova da Indy no Texas (que ainda está rolando, apenas está em bandeira vermelha na volta 72), já estava calejado com a combinação de oval e chuva não dar certo.

Entretanto, essa chuva foi mais tranquila. Apenas o treino classificatório foi afetado e adiado para uma hora e meia antes da corrida e, vendo que a pista ainda não estava seca no novo horário do treino classificatório, o mesmo foi cancelado e as posições de largada foram definidas pelas posições no campeonato.


Indy Lights Iowa Challenge presented by Cooper Tires

Com o grid definido pelas posições no campeonato, Ed Jones larga na ponta, seguido por Dean Stoneman, Santiago Urrutia, Kyle Kaiser, Félix Serralles e Zach Veach. André negrão largava em sétimo.

Largada limpa, com Jones e Stoneman largando muito bem, enquanto Urrutia perdia posições para os pilotos que seriam a sensação da prova: Serralles e Veach.  Aos poucos, Jones abre uma distância segura para o primeiro pelotão, formado por Stoneman, Serralles e Veach. Eles abriam distância para Urrutia, que permanecia sólido no quinto lugar.

Mais atrás no grid, Kaiser e Piedrahita, vindo do décimo lugar, tinham uma briga pessoal pelo sexto lugar, já que abriam diferença da dupla remanescente da Andretti, Shelby Blackstock e Dalton Kellett, atrapalhava outros pilotos a subir mais no grid para disputar com eles.  Esse pelotão mais atrás estava consideravelmente mais lento e, na volta 35, eles começaram a dar trabalho para levar voltas dos  líderes.

Stoneman dando trabalho na primeira metade da prova.
Nove voltas antes, na volta 26, Serralles finalmente conseguia passar Stoneman na reta oposta, assumia o segundo lugar e partia para cima de Jones.  Quando o pelotão de trás chegou para levar volta, os líderes já estavam separados por menos de meio segundo, enquanto Stoneman, Veach e Urrutia já estavam quase quatro segundos atrás deles.

Enquanto Jones e Serralles ficavam muito próximos mas o portorriquenho não atacava diretamente, Veach colocou várias vezes seu carro ao lado de Stoneman para, na volta 46, finalmente conseguir a ultrapassagem e o terceiro lugar. Nessa mesma volta, uma outra batalha bem longa teve fim e Piedrahita assumiu o sexto lugar, meia volta atrás dos líderes.

Lá na frente Ed Jones seguia com seu velho problema de ultrapassar em ovais. dar volta em Choi e em Blackstock foi mais tranquilo, mas quando chegou em seu companheiro de equipe, Neil Alberico, o inglês de Dubai se enrolou todo e foi ultrapassado por Serralles na volta 55. 

Entretanto, mesmo Serralles demora um bocado para passar Alberico e, na volta 62 os três estavam muito próximos. Duas voltas depois, na volta 64, novamente os retardatários fazem Jones se atrapalhar, e ele é ultrapassado por Veach. O tráfego tirou Jones completamente da prova, restando ao líder do campeonato apenas manter distância de Stoneman e do resto do grupo.

Depois de passar o líder do campeonato, Veach estava dois segundos e meio atrás de Serralles, mas ele ainda estava se embananando para dar voltas em de Melo e Kellett. A briga se acirra nas voltas seguintes com Veach tirando toda a diferença entre ele e Serralles, mas antes de dedicar todo o resto do texto a eles, vamos concluir a história das outras brigas.

Negrão (carro preto mais atrás) fazendo seu papel.

André negrão, o único brasileiro na Indy Lights, vinha fazendo uma corrida boa para um novato, conseguindo executar o arroz e feijão básico com sucesso. após largar em sétimo, perdeu posição posição para Veach e Piedrahita na largada e, durante a prova, se manteve a frente das Antrettis menos relevanes, de de Melo e dos mais lentos Alberico e Choi. Seu bom trabalho daria como fruto um oitavo lugar muito digno, entretanto, um problema no pneu dianteiro direito na volta 72 fez Negrão perder cinco voltas parado nos pits e apenas completar a prova.

Carros ruins e problemas com pneus também fizeram Blackstock e Alberico abraçar o fim do grid. Isso fez Haemin Choi conquistar seu primeiro top 10 na Indy Lights, e fez a briga do pelotão intermediário ficar restrita a apenas Kellett e de Melo. O piloto da Juncos se manteve pouco a frente do piloto da Andretti todo o fim de prova, e passou em oitavo.


Veach: soberano como nunca, rateando como sempre.
Na briga pessoal de Piedrahita e Kaiser, iniciada na volta 7, o outro piloto da Juncos levou a melhor na volta 79, conseguiu abrir uma diferença pequena, mas confortável e terminou em sexto, menos de meio segundo a frente de Piedrahita e mais de dez segundos atrás do top 5.  

A briga entre Stoneman e Urrutia foi bastante acirrada. Apesar do novato uruguaio chegar bem perto, ele não conseguiu fazer o movimento de ultrapassagem em nenhum momento sobre o novato americano, e teve que se contentar com o quinto ougar, enquanto Stoneman ficou no lucro com o quarto posto. Jones passou sozinho em terceiro.

Voltando a briga pela liderança. Faltando 25 voltas para o fim, Veach estava colado em Serralles, já que esse se embananava para dar volta em Dalton Kellett. Na volta 79, o piloto da Carlin balança o seu carro na curva dois e Veach emparelha com ele, fazendo a ultrapassagem na entrada da curva três e assumindo a ponta da prova. Veach passa Kellett e abre quase dois segundos de distância, enquanto Serrallles também tenta passar o piloto da Andretti. Parecia questão de tempo para o Hobbit americano vencer em um oval.

Mas aí veio um flashback na cabeça de Zach Veach.

Veach já esteve em posições de vencer corridas em ovais curtos antes.  Em Milwaukee 2013 ele liderava pela primeira vez uma prova com mais de meia volta sobre Sage Karam e Gabby Chaves, mas aí começou o tráfego, Veach demorou 21 voltas para ultrapassar Jorge Goncalvez e já tinha perdido o primeiro e o segundo lugar. Em Pocono 2014, distância folgada, tráfego e derrota para Gabby Chaves.

E a história se repetiu pela terceira vez.

Faltando cerca de sete voltas para o fim da prova, Veach se encontra atrás de Alberico, Choi (que levaria a segunda volta) e Blackstock (que levaria a terceira volta). Como esses carros estavam consideravelmente mais lentos que os líderes, em três voltas Veach ver uma diferença de quase três segundos sumir e, faltando duas voltas pro fim, quando Veach emparelhou para dar a segunda volta em Alberico, Serralles enfiou seu carro entre os dois, formou um 3-wide e conseguiu retomar a liderança da prova.

Serralles vence! Veach rateia pela terceira vez num oval e pede música para o fantástico.

Resultados e pizza da vitória para Serralles.

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