Quer saber quem ficou na frente no último teste em oval antes da temporada começar? O que esperar dessa temporada? Quantos carros temos para o início da temporada? Temos brasileiros (não, até agora).
Schmidt-Peterson toda sorridente em Phoenix.
Os treinos aconteceram no dia 25 de fevereiro e foi dividido em três sessões. A primeira delas foi de uma hora destinada para os pilotos que nunca fizeram uma corrida da Indy Lights em oval, sendo que os outros pilotos poderiam dar apenas uma volta para verificar se seus carros estavam funcionando.

Nove dos dezesseis pilotos estavam presentes nessa sessão e todos deram mais de vinte voltas se nenhum incidente.  Dois novatos que pilotava pela Schmidt-Peterson foram os mais rápidos: o brasileiro André Negrão no início da sessão e, mais tarde, Santiago Urrutia tomou a liderança para não largar mais.
Treino dos novatos.
A tarde vieram mais duas sessões de duas horas, agora para todos os pilotos. Com menos de meia hora de sessão, RC Enerson fez 168,214 mph de média e não foi superado durante todo o dia de treinos. Urrutia foi o mais rápido no fim da segunda sessão, e fez a segunda melhor média do dia.
Tempo agregado dos dois treinos.
Vamos comentar por equipe, daí comento sobre a pré-temporada toda:

Schmidt-Peterson Motorsports: Duas temporadas sem título mexeram um pouco com a equipe de Sam Schmidt (o trocadilho ruim não foi intencional). Faltando apenas um dia de treinos coletivos e duas semanas para a primeira corrida do campeonato, apenas duas das esperadas quatro vagas do time foram ocupadas durante toda a temporada. Até o momento, apenas a renovação de RC Enerson e a entrada do campeão da Pro Mazda Santiago Urrutia estão acertadas, e dois assentos ainda estão vagos.

Nesses treinos de Phoenix, eles foram ocupados pelo sul-coreano Haemin Choi e pelo brasileiro André Negrão.  Choi é um dos pilotos que mais tem chance de ocupar um desses dois lugares na SPM, pois já andou pela equipe na última etapa do ano passado e nos dois testes coletivos até agora; o sul-coreano de 28 anos não abunda em talento e habilidade, mas vem compensando com esforço e várias sessões de testes, ao ponto de ficar, finalmente menos de meio segundo de seus companheiros de equipe. Já André pode dar novo rumo para sua carreira, agora meio apagada lá na Europa e sem grandes perspectivas de continuidade, para novos ares nos EUA; pelo menos ele é o único a parecer mais interessado ou com condiçõe$$$ de ocupar essa vaga.

Colocando a imagem do capacete do Serralles em toda a oportunidade possível.
Carlin: A equipe de um nome só veio para Phoenix não muito diferente de quando saiu do misto de Homstead. Com todas as três vagas da equipe já ocupadas por Serralles, Jones e Alberico, não houve muito mais novidades na equipe inglesa.

Eles vem com um trio consideravelmente forte em seu tempo mas, ao meu ver, eles são bem diferentes. Ed Jones é o cara que não é tão rápido e desenvolto assim, mas compensa com um ótimo ritmo de corrida e isso prevalece quando se tem um carro no estado-da-arte como foi nas primeiras etapas de 2015; Serralles sofre da síndrome de Will Power: é rápido, mas força o carro ao limite e muitas vezes acha que pode fazer movimentos que a física não permite; e Neil Alberico é um piloto rápido que consegue superar adversidades e centrado, mas demora um pouco para aprender e a Carlin terá que ter paciência tendo ele como novato. Com três pilotos diferentes que demandam coisas diferentes, vai ser um ano bem diverso para a equipe de Trevor Carlin.
Como eu odeio você, Kellett.
Andretti Autosport: Ah, ela ressuscitou! Depois de um ano de merda na Lights em 2016, esse ano parece anos-luz mais promissor e isso pode-se notar já nos treinos, onde saiu definitivamente do fundo do pelotão (pelo menos com dois carros, afinal, Dalton Kellett está na equipe).

As maiores esperanças do time se depositam em Dean Stoneman, a jovem promessa que entrou no time de Michael Andretti em cima da hora e pode render ótimos frutos. Já que Shelby Blackstock, apesar de ser bem esforçado, parece ser um Zach Veach 2.0, rápido ma non troppo, e Dalton Kellett está lá porque tem pai rico que bancou boa parte de sua subida pelo Road to Indy.
Rosenqvist sem toda essa estrela nos ovais.
Belardi Auto Racing: Por falar em Veach, vamos a Belardi que voltou ao meio do grid. Assim como a Andretti, as esperanças da equipe se depositam prioritariamente em um piloto oriundo da Europa: Felix Rosenqvist. O piloto que venceu todos os campeonatos da F-3 possíveis e se destacou nos primeiros testes, sendo o mais rápido no circuito misto de Homstead-Miami. Em seu primeiro desafio em ovais, o sueco correu como o esperado: não bateu, deu várias e várias voltas constantemente e se acostumar com ovais.

E Zach Veach vem para sua terceira tentativa mas, cada vez mais, mostrando que essa pode não ser uma boa ideia. O vice-campeão de 2014 se prepara para uma parada dura nesse ano, após um ano fora das pistas e para se acostumar com novo carro e nova equipe.

Tá feio pra Juncos esse ano.
Juncos Racing: Outra que, muito provavelmente, terá um ano sabático é a Juncos. Após o ano de estreia maravilhoso com o campeonato de Spencer Pigot, vem para ambições um pouco mais modestas com os carros de Kyle Kaiser e Zachary de Melo, talvez a dupla que os acompanhantes da Indy Lights mais tem dúvidas. Kaiser se mostrou rápido em algumas ocasiões, mas as suas batidas e erradas saltavam mais aos olhos enquanto de Melo é um fantasma e ninguém sabia como ele se comportaria na Indy Lights.

Até o momento nenhum deles mostrou algo tão diferente disso. Kaiser vem desempenhando um bom papel fazendo trechos de corrida muito longos, mas com tempos tão díspares quanto possível, enquanto de Melo ficou na rabeira dos que importam, a frente apenas da...

Ainda bem que seus carros são amarelos,
senão ninguém notaria sua existência
Team Pelfrey: Pelo menos nesse início de temporada, a coitada vai sofrer muito. Com apenas Juan Piedrahita no planel da equipe, levando em consideração que Scott Hargrove foi contratado para tapar o buraco de um futuro comprador de vaga contratado pela equipe para fazer a temporada completa, ela está em maus lençóis com toda a adaptação a nova categoria.

Nos treinos, os dois carros da equipe deram problemas. Scott Hargrove penou bastante na sessão dos novatos e conseguiu entrar na pista faltando apenas quinze minutos para o fim da sessão, e na última sessão do ano ele não deu voltas pois a transmissão do seu caro morreu definitivamente. O carro de Piedrahita também tinha problemas de acerto e passou toda a segunda sessão dando duas ou três voltas na pista e voltando aos pits para fazer novos acertos no carro; assim foi até metade da terceira sessão, quando o seu carro balançou na curva dois e raspou o muro, quebrando sua suspensão.  No total a equipe deu 118 voltas, e apenas Dalton Kellett deu menos volta que a Pelfrey.

Vai ser duro pra eles esse 2016.


No fim de semana que vem terão mais testes coletivos, dessa vez em Barber, no dia 5 de março. Até lá!!

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