Após estar entre os melhores estreantes da USF2000 no ano passado, o piloto goiano prossegue sua carreira rumo à Indycar Series.






















Danilo começou no automobilismo americano em 2010, quando ganhou o Skip Barber Racing Karting Scholarship Shoot-out (programa com vários testes para jovens que ainda não correram em monopostos). Como prêmio, conquistou uma vaga pro campeonato nacional da Skip Barber de 2011, onde terminou em sexto.

Estrela na Skip Barber
Em 2012, ainda envolvido com a Skip Barber, conseguiu seis vitórias no campeonato de inverno (terminando em segundo lugar) e e duas vitórias no campeonato de Verão (onde correu apenas quatro corridas), e no ano seguinte já assinava com a Belardi Autosport pra fazer uma temporada completa na USF2000, o próximo degrau rumo a categoria máxima do automobilismo americano de monopostos.

Na temporada regular da USF2000, o piloto começou muito bem a primeira metade do campeonato, onde fez dois pódios em suas duas primeiras corridas e ganhou a segunda corrida de Toronto (sétima corrida do campeonato).  Mas a segunda metade do campeonato não foi auspiciosa, onde o piloto se acidentou em seis das sete provas finais e terminou o campeonato em sétimo lugar.

Para o ano de 2014, Danilo entrou em sérias conversas com a Cape Motorsports with Wayne Taylor Racing para competir na USF2000, equipe tricampeã do campeonato de 2013 e com grande histórico de vitórias na categoria.  Esse acerto valia, a priori, para o Winterfest, mas o piloto conseguiu fazer apenas três corridas no torneio, pois o carro apresentou uma série de problemas.

Nessa entrevista, o piloto de 20 anos nos conta melhor como foi o seu ano de estreia na USF2000, dá mais detalhes de seu off season e comenta o que espera do ano de 2014 em sua nova equipe.



Estrela contornando a famosa curva "Saca-rolhas" de Laguna Seca Raceway























IndyCenterBR:  No ano passado, depois de se graduar na Skip Barber, você competiu na USF2000 pela Belardi.  Quais eram suas expectativas para aquela temporada, o que você esperava dela?
Danilo Estrela:  Eu tinha expectativa de andar já na frente no ano passado, de começar o ano bem.  Depois de andar bem na Skip Barber e fizemos muitos treinos antes da temporada começar.  Esperava dar uma boa impressão logo de cara, e a gente fez.  Até o meio do campeonato estávamos em segundo lugar e até ganhamos corrida, só que no meio do ano a gente se perdeu nas tomadas de tempo, não conseguíamos mais largar na frente e isso atrapalhou um pouco.

ICBR:  E até no meio do campeonato você conseguiu ótimos resultados.  Mas após a etapa de Toronto parece que algo desandou.
DE:  Sim, no começo a gente foi bem, mas começamos a perder rendimentos no treino classificatório.  No início do campeonato sempre conseguíamos largar entre os dez primeiros, depois paramos de conseguir largar tão na frente, isso atrapalha bastante porque na USF2000 as ultrapassagens são difíceis e os outros pilotos também estavam melhorando e se aperfeiçoando, então creio que poderia ter um resultado muito melhor no fim da temporada.

ICBR:   Mas mesmo com esses problemas você terminou o campeonato na sétima posição (na frente de todos os seus companheiros de equipe) e com uma vitória.  No fim você crê que teve um bom ano?
DE:  Poderia ter sido melhor, se nas 14 corridas da temporada eu não tivesse me acidentado em seis, eu teria terminado em segundo ou terceiro do campeonato sem dúvida, conseguindo assim ser o estreante do ano.  Se tivesse acontecido isso o ano seria bem melhor, mas a temporada foi boa, terminei na frente de meus companheiros de equipe e na frente do Epps (Michael Epps, que conquistou duas vitórias no Winterfest pela Belardi, e se sagrou como vice-campeão do torneio) então foi sim um bom resultado.

ICBR:  Creio que essa pré-temporada pra você foi meio complicada, porque o acerto com a Cape Motorsports with Wayne Taylor Racing (nessa matéria, apenas “Cape”), em meados de fevereiro...
DE:  Na verdade a Cape vem conversando comigo desde o fim do ano passado, só que não tinha o orçamento pra temporada toda, então foi difícil.  Até poderia ter assinado mais cedo com outras equipes, mas eu não queria concluir contrato se não fosse com a Cape.  Estivemos conversando, colocamos coisas em prática mas ainda não acertamos para a temporada toda, foi apenas pro Winterfest.  Achei a equipe muito boa se a gente conseguir fechar pro ano todo vou achar muito bom.

ICBR:  E com o orçamento que você dispõe não era possível subir para a Pro Mazda (próxima categoria do Road to Indy)?
DE:  Na verdade o que eu tenho daria nem pra USF2000.  Eu não tenho muita coisa e o Dominic e o Nicolas (irmãos e donos da Cape) estão me ajudando bastante.

ICBR:  E, em uma matéria do E-FormulaCar News sobre seu acerto, houve uma declaração sua dizendo “Eu estava tentando outra vitória, quando na verdade eu deveria coletar cada ponto que pudesse.  Essa é minha meta esse ano, fazer o máximo de pontos possível.  Se isso significar chegar em segundo, terceiro ou quarto eu irei chegar, assim estaremos no topo da tabela de pontuação no fim do campeonato”.  Essa declaração se deve ao final da sua temporada de 2013?  Você pretende mudar seu estilo de pilotagem?
Estrela no oval de Lucas Oil Raceway no ano passado
DE:  Foi na verdade porque se eu num tivesse me acidentado nas últimas corridas do ano passado e se, por exemplo, as tivesse terminado em décimo lugar (o décimo posto recompensa o piloto com dez pontos no campeonato) teria sessenta pontos a mais, e terminaria o campeonato em segundo lugar.  Alguns dos acidentes eu fui culpado por eu me expor tanto, outros foi por estar no lugar errado na hora errada, e só de terminar essas corridas entre os dez primeiros já estaria bem mais a frente.  Não chega a ser uma mudança de pilotagem, mas foi a meta que me coloquei esse ano:  ser mais calmo de não colocar o carro em certas posições de risco, terminar as provas e não bater mais.
Isso foi mais ou menos o que aconteceu no Winterfest.  Teve algumas corridas em que o carro apresentoudefeito e passamos a maioria das sessões consertando-os. Estava tudo novo no carro, não tínhamos “amaciado” o diferencial nem nada.  Eu só tentei fazer o melhor que o carro tinha a oferecer e não tivemos nenhum acidente, então considero isso mais positivo.

Estrela em sua estreia pela Cape Motorsports with Wayne Taylor Racing























ICBR:  E daí você entrou no Winterfest praticamente sem fazer treinos.
DE:   Na verdade entramos direto no treino classificatório, pois no primeiro treino tivemos problema no câmbio e o carro não andou.  Foi a primeira vez que entrei na pista, enquanto as outras equipes já tinham feito algum treino, e as únicas sessões que o carro não apresentou problemas foi nesse treino classificatório e na primeira corrida.
Tivemos muitos problemas na primeira etapa do Winterfest (no NOLA Motorsports Park, Louisiana) porque era um carro novo, eles não tinham treinado nada, então tivemos problemas na parte elétrica do carro, problemas também com uma roda que perdeu um parafuso e ficou meio solta, então teve muitos problemas em que a culpa não era propriamente da equipe, mas do carro que era novo.  Talvez o certo
seria fazer dois dias de treinos em Sebring (international Raceway, pista feita a partir de um aeroporto abandonado na Flórida e onde a maioria dos testes de monopostos são feitos) ou algo assim, só que não foi feito porque fechamos de última hora.
Mas as etapas foram boas, chegamos direto no treino classificatório sem conhecer a pista e já largamos em segundo lugar.  Foi bom até o carro apresentar problemas nas ultimas duas corridas.
ICBR:  E você fez apenas a primeira metade do Winterfest e não foi para Barber para a metade final do campeonato, isso era planejado?
DE:  Não, a gente ia pra Barber só que, por uma questão de custos, decidimos não ir e ver se conseguimos algum teste antes do início da temporada regular em St. Ptersburg pra deixar o carro acertado, porque ir pra Barber com o carro dando problema num compensa.

O time da Belardi, vice-campeão o ano passado.


ICBR:  A Cape ganhou os últimos três campeonatos da temporada regular da USF2000, e chegou a fazer dobradinha no campeonato passado.  Como você se sentiu nessa sua chegada a equipe?
DE:  Eles já vem conversando comigo faz muito tempo, desde que eu me graduei na Skip Barber, só que nunca colocamos em prática um programa juntos.  Eu achei muito bom porque é a Cape que escolhe os pilotos com quem vai trabalhar e não como na Belardi (Autosport, antiga equipe de Estrela), eles escolhem com quem eles andam e num precisam de ficar negociando.  Foi muito bom, eles estão me ajudando muito e a gente ainda tá conversando.  Lá o ambiente é mais tranquilo, eles são bem mais calmos e demonstram muita confiança, você não fica tão preocupado com o carro, apenas chega lá e anda.

ICBR:  A diferença de estrutura pra Belardi é muito grande?
DE:  Na verdade, não. A Belardi tinha até uma estrutura maior, mas lá na Cape os irmãos tomam bastante cuidado com os carros e tendo a certeza de que o carro estará bem acertado e do jeito que eles querem.

ICBR:  E apenas nesses detalhes já fazem com que a Cape tenha essa diferença tão brusca pra Belardi (onde, no ano passado, a Cape fez 386 pontos enquanto a Belardi terminou 140 pontos atrás)?
DE:  Faz sim, porque todos os carros são iguais, então qualquer acerto ou detalhe já faz muita diferença, e a Cape nesse ponto é especialista, principalmente no treino classificatório.  Que nem no Winterfest, na minha primeira corrida já larguei na primeira fila, e largando na frente é bem mais difícil você cair (a não ser que aconteça algum problema mecânico ou algo assim), e com isso você já sai na frente.

ICBR:  Você mencionou que ainda não está acertado com a Cape para a temporada toda, em que é estão
as negociações?
DE:  As negociações estão boas, estamos discutindo alguns pontos e em breve resolveremos isso tudo.  Mas é quase certeza de fazermos a temporada toda.

ICBR:  Fazendo a temporada toda pela Cape e com a experiência que você tem, você se consideraria um dos favoritos ao título?  Quais seriam seus principais rivais na disputa pelo campeonato?
DE:  Me considero sim um dos favoritos ao título, desde que tudo dê certo não tem motivo de não ser favorito, tem tudo pra dar certo.   Como principais também considero o RC Enerson (vencedor do Winterfest desse ano), o Jake (Eidson, campeão da F1600 e companheiro de equipe de Estrela) e o pessoal da Belardi (Daniel Burkett, Michael Epps, Nicolas Jamin e Florian Latorre).  Até por questão de equipes mesmo.

ICBR:  Nesse ano a USF2000 vai vir com grid cheio e com vários nomes fortes, também andará em pistas clássicas como Sonoma, Mid-ohio, Toronto e no misto de indianápolis.  Em 2014 você pretende melhorar o se ano de 2013 e, quem sabe, subir pra Pro Mazda?  O seu objetivo final de categoria máxima é a Indycar?

DE:  A minha ideia é essa, se eu conseguir fazer tudo certinho, fechar com eles (a Cape) tudo certinho a ideia nossa é de ser campeão e subir juto com eles pra Pro Mazda.  Meu objetivo já foi a Fórmula Um, mas ir pra Europa é  praticamente impossível, é besteira tentar.  Então eu foquei nos Estados Unidos, onde você consegue ter mais oportunidades e é uma coisa mais realista.

Danilo Estrela vencendo em Toronto.























O piloto pode ser contactado pelo seu e-mail, o danilo.estrela@hotmail.com ou pelas redes sociais mais famosas.

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