O treino mais importante até agora no ano contará com a presença de todas as equipes, várias caras novas, novas peças aerodinâmicas e muito do que veremos nos anos seguintes na Indy estará nesse teste.
O treino mais movimentado da Indy no lugar mais calmo dos EUA.
Hoje (21 de julho) no Mid-Ohio Sports Car Course acontece o que, ao meu ver, é o treino mais importante da Indy nesse ano. Na pista, pela segunda vez esse ano, todas as equipes estarão presentes em um treino coletivo da categoria, e os focos desse treino são os mais variados possíveis.

O foco de uma grande parte dos carros, incluindo o quarteto da Penske, é obter mais dados para a parte final do campeonato. As etapas de Mid-Ohio, Watkins Glen e Sonoma serão decisivas para o campeonato, e qualquer entendimento maior sobre os aerokits para dar o pulo do gato nos acertos pode definir quem será o campeão da temporada.

Por regra, cada carro inscrito para a temporada toda (o famoso Leader's Circle) tem direito a no máximo 10 mil milhas de pista para testes, distribuídos em, no máximo 12 dias. A maioria dos carros ainda tem milhagem para queimar, e um dia de pista grátis em um circuito onde ocorrerá a próxima etapa do campeonato é uma oportunidade que não se pode desperdiçar.

Nesse intuito, estarão os seguintes carros:

Penske: Power, Castroneves, Pagenaud e Montoya (o quarteto de sempre);
Rahal-Letterman Lanigan: Graham Rahal;
KVSH Racing: Sebastien Bourdais;
AJ Foyt Enterprises: Takuma Sato e Jack Hawksworth;
Um dos carros da Dale Coyne, talvez Conor Daly.


Ué, não tem Ganassi, não tem Andretti? Tem sim, mas utilizando-se de brechas das regras.

O livro de regras da INDYCAR, que comanda a Indy no sentido desportivo, diz que as montadoras pode solicitar a qualquer carro de qualquer equipe para que este faça UM DIA testes em modificações que desejem estudar para ver se vale a pena sua implementação. Nesse sentido, as montadoras já vem focando em estudos para novos aerokits para 2017 e 2018.

Espera-se que a Honda também treine alguma modificação, talvez com um carro da Dale Coyne ou com um carro da Schmidt-peterson, mas até agora nada confirmados. Confirmados mesmo estão:

Chip Ganassi: Tony Kanaan
Ed Carpenter: Josef Newgarden ou JR Hildebrand.

A mesma regra também diz que os pilotos estreants da temporada tem um dia extra de testes, assim, se encaixam na regra:

Andretti Autosport: Alexander Rossi;
Ed Carpenter Racing: Spencer Pigot.

E não é só isso!! A Indy também está focando nos próximos pilotos que vão se matar para talvez conseguir uma vaga no revezamento de pilotos da Dale Coyne em uma equipe da categoria no ano que vem. Para incentivar as equipes a treinarem com esses pilotos existem duas regras, dependendo do piloto que cada equipe usará.

Pilotos da Indy Lights: Cada carro do Leader's Circle tem direito a um dia a mais de testes, desde que o piloto que guie o carro em, no mínimo, 75% do teste seja um piloto que disputou a Indy Lights nesse ano, no ano passado ou retrasado e não disputou uma corrida na Indy. é uma regra incrível  que promove a ligação entre esses pilotos promissores (alguns nem tanto) e as equipes da Indy, e também todos do círculo da Indy tem a oportunidade de ver esses jovens em ação num IR-12 de verdade. Nessa categoria entram:

Chip Ganassi: Félix Rosenqvist (campeão de 356 título na F-3 e sétimo colocado na Lights desse ano, mesmo perdendo três provas), dividindo o #9 com Scott Dixon.
Schmidt-Peterson: Jack Harvey (vice-campeão da Indy lights em 2014 e 2015 e vencedor da Freedom 100 de 2015) e Zachary Claman de Melo (piloto ex-fantasma que está em décimo no campeonato e pagou bem caro para estar ali), dividindo o #7 com Mikhail Aleshin.
Dale Coyne: RC Enerson (gordinho americano que disputou a temporada de 2016 e metade da temporada desse ano, com uma vitória) dividindo o carro #18 com o piloto X ou até indo sozinho mesmo.

Pilotos novatos que não disputaram a Lights: A regra é a mesma, cada carro tem direito a um dia a mais, mas o piloto novato precisa dirigir apenas metade do treino para entrar na regra. Nessa, se encaixam:

Andretti Autosport: Robin Frijns (também ganhou um bocado de títulos na base europeia, ficou sem dinheiro para comprar vaga, foi para a F-e e talvez entre na Indy a la Rossi), dividindo o #28 com Ryan Hunter-Reay.

Como veem, é muita coisa para seis horas de testes, e muita coisa importante. Vemos já as novas caras que tem mais chances de pintar na categoria, quem estará mais forte para a próxima corrida em Mid-Ohio e, de quebra, um pouquinho do aerokit pros anos seguintes.

Eu não vou desgrudar o olho desse teste.

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