Apesar de toda a crise que se abateu sobre a equipe nos últimos dias, a Harding Steinbrenner Racing conseguiu deixar seu único carro, guiado por Colton Herta, com o melhor tempo dos treinos em COTA.
Acho que o segredo de andar bem em COTA é ter o carro sem pinturas.
A fórmula Indy continua na sua série de testes pré-temporada e, depois de fazer uma série de testes privados para as fabricantes de pneus e motores e um dia de testes frustrados em Laguna Seca, todas as equipe partiram para Austin, Texas, a fim de fazer dois dias de testes, somando mais de seis horas de treinos oficiais em pista, três na terça-feira e três na quarta-feira.

E a grande sensação desses treinos veio em forma de surpresa ainda no primeiro dia. Faltando ainda pouco mais de uma hora para o último treino da terça-feira terminar, Colton Herta fez o tempo de 1:46.6258 e fechou o dia como piloto mais rápido. Herta ainda liderou o segundo e o terceiro treinos do dia, mas essa acabou sendo a volta mais rápida de todos os treinos oficiais e, por enquanto, a volta mais rápida feita por um carro da Indy no Circuito das Américas.
A Juncos tá tão pobre que o Ricardo Juncos foi obrigado a medir a pressão dos pneus ele mesmo.
O resultado de Herta foi ainda mais surpreendente quando se considera a atual fase da equipe, que não tem orçamento suficiente para a temporada toda no segundo carro, mas para o seu carro agora principal, a equipe de Mike Harding possui o apoio financeiro de George Steinbrenner IV, um dos herdeiros do New York Yankees, e o apoio de P&D da Andretti Technologies, divisão da Andretti Autosport voltada para desenvolvimento. O resultado pode ser claramente visto pelos resultados nas sessões de testes.

O único a quebrar a sequência de primeiros lugares de Herta foi Alexander Rossi, que fez o melhor tempo na última sessão da quarta-feira e o segundo melhor tempo combinado do teste, ficando a dois décimos do tempo de Herta. Apenas esses dois pilotos conseguiram baixar seus tempos na casa de 1:46.
Jack Harvey.
O primeiro dia foi melhor para as equipes que correm com motor Chevrolet e, por consequência, para a equipe mais forte a usar esses motores, a Penske. A equipe fez o segundo e terceiro melhores tempos do dia com Will Power e Hélio Castroneves (o brasileiro, apesar de fazer parte desse teste, correrá apenas nas corridas de Indianápolis esse ano). Power fez 1:47.1044 e, no fim do primeiro dia, estava fazendo uma volta com ritmo para entrar na casa de 1:46, mas acabou rodando na última seção de curvas. Hélio Castroneves fez o tempo de 1:47.6949 e eles, junto com Herta, foram os únicos a virar tempos abaixo da casa de 1:48. 

Jack Harvey
Pela Chevy, Simon Pagenaud (Penske) fez o sexto tempo e Spencer Pigot (Ed Carpenter) fez o décimo tempo, com todas as outras posições ocupadas por carros com motores Honda. Destaque para a Ganassi, que fez o quarto e quinto tempos e, para completar as surpresas do primeiro dia, Félix Rosenqvist ficou a frente de Scott Dixon.

No segundo dia o domínio da Honda foi ainda maior, com apenas Pagenaud (sétimo) e Newgarden (décimo) no top 10, com todas as outras posições sendo ocupadas por carros Honda. Junto com Rossi, Ryan Hunter-Reay mostrou a força da Andretti e ocupou o terceiro lugar, atrás apenas de Rossi e Herta, enquanto a Ganassi ficava com a quarta e sexta posições, com novamente Rosenqvist a frente de Dixon. Graham Rahal, Santino Ferrucci e James Hinchcliffe também foram bem, e fecharam o Top 10 nesse dia e na classificação geral, já que os carros já tinham melhores ajustes para a pista que integrará o calendário da fórmula Indy pela primeira vez.

O desempenho da Chevy fica ainda pior quando se considera outras equipes que não são a Penske. Carlin, Ed Carpenter, Juncos e AJ Foyt eram presenças constantes no fim da tabela de tempos e perdiam constantemente para Arrow Schmidt-Peterson, Dale Coyne, Rahal Letterman e Meyer Shank Racing. Como resultado, vimos que os sete carros das quatro equipes Chevy fora a Penske estiveram nas dez últimas posições do grid, com RC Enerson (Carlin), o melhor desse grupo, ficar a frente apenas de Sebastien Bourdais (Dale Coyne with Vasser Sullivan) Marco Andretti e Zach Veach (Andretti).
Jack Harvey
Com isso, os dois brasileiros que correrão atemporada completa desse ano da fórmula Indy, Tony Kanaan e Matheus Leist, tiveram dois dias com bastante problemas. Leist mostrou uma adaptação um pouco melhor que no ano passado mas, dado em conta os problemas da AJ Foyt e das equipes Chevy em geral, não pode fazer muito mais que um 22º no primeiro dia e um ótimo (não ofi irônico) 16º no segundo dia. Tony teve ainda menos sorte, pois seu carro teve problemas de cãmbio no primeiro dia  e perdeu grande parte das duas sessões, terminando o primeiro dia em último após completar apenas seis voltas; recuperou-se no segundo dia, mas fez apenas o 23º melhor tempo do dia, e terminou com a frente apenas de Kyle Kaiser. 

Talvez essa seja apenas uma característica de COTA, que pode gerar apenas um ponto meio fora da curva no balanço de forças entre Chevy e Honda, no entanto, parece que a montadora nipônica acertou um pouco mais a mão. 

Vimos isso tanto nas três equipes principais quanto nas equipes de meio/fundo de grid. Apesar de ter ficado mais a frente no primeiro dia, a Penske foi superada tanto pela Andretti quanto pela Ganassi no segundo dia, quando os tempos e ajustes estavam melhores e mais próximos das condições de corrida. Também vimos as equipes de Honda do meio do grid dando um banho nas equipes Chevy, com destaque para a Graham Rahal (Rahal Letterman Lanigan), James Hinchcliffe (Arrow Schmidt-Peterson) e Santino Ferrucci (Dale Coyne), que conseguiram até mesmo ficar a frente de Will Power no segundo dia.
Jack Harvey
Para finalizar, o impossível de se fugir quando o assunto é F1 e Indy na mesma pista: a comparação de tempos. No fim, temos o 1:46.626 feito por Herta contra 1:37.392 feito por Hamilton no ano passado em prova, ou seja, uma diferença de aproximadamente 9,3 segundos. 

Vale lembrar que volta de 1:46.626 feita por Herta está longe do ideal e de todo o ptencial que a Indy pode oferecer, bem como de COTA tambémpode oferecer. A pista estava completamente suja e um pouco molhada no primeiro dia de treinos, quando Herta fez sua melhor volta, a temperatura máxima atingida durante os dois dias de treinos foi de 18 ºC; Herta ainda estava fazendo ajustes de setup e longe de condições boas para fazer uma volta rápida própria. No fim, eu creio que os melhores tempos feitos pela Indy em COTA durante a prova podem girar entre 1:41 e 1:42, dependendo das condições de tempo, o que é nada mal em uma comparação direta.

E faltam apenas três semanas para a etapa inicial da temporada 2019 da Fórmula Indy!! Antes ainda devem haver mais treinos oficias, e reportaremos tudo aqui, até lá!!


Jack
Harvey.

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