O piloto de 43 anos não fará parte da rede Bandeirantes, deixando de comentar a fórmula Indy pela emissora a partir do ano que vem.

O próprio Felipe Giaffone anunciou pelo seu perfil no Instagram que ele não estará no plantel de comentaristas da emissora dos Saad, onde atuou por dez temporadas:
Foram mais de 10 anos junto com a rede Bandeirantes... Obrigado Téo José por ser o responsável a me tornar comentarista daquilo que mais gosto de fazer. Tive grandes experiências nestes tempos. Com o eterno Luciano do Valle terminando com o Dudu Vaz neste ano. Obrigado a parceira Tatiana Saad que sempre acompanhou tudo de perto. Em 2019 não estaremos mais trabalhando juntos mas agradeço por todo aprendizado em um ramo que não imaginava trabalhar quando era pequeno.
Giaffone também é piloto e, quando jovem, guiou sua carreira no automobilismo americano de monopostos. Entrou na Indy Lights em 1996 e, no ano de 2001, subiu à IRL. Obteve seus melhores resultados correndo pela Mo Nunn, em 2002, quando Giaffone obteve uma vitória no Kentucky, o terceiro lugar nas 500 milhas de Indianápolis e o quarto lugar no campeonato. Giaffone continuou na categoria até 2004, quando a Dreyer & Reinbold estava com graves problemas financeiros e Giaffone já não tinha muito mais patrocínio pessoal. O paulistano migrou então para a Fórmula Truck brasileira em 2005, mas a Foyt estava em situação crítica na Indy 500 daquele ano e ele foi para salvar a situação da equipe, sendo contratado para meio ano na temporada seguinte, em 2006.

Daí então o seu ciclo como piloto da Indy acabou e ele reingressou na Fórmula Truck, onde pilota até hoje, é tetracampeão (2007-09-11-16) e um dos maiores pilotos da categoria.


 "O nosso estreante, já esteve lá dentro..." Abertura da transmissão da Indy 500 de 2009 pela Band. Luciano do Valle do mesmo jeito como sempre, Giaffone estreando com o cabelo quase sem fios brancos pra apresentar a terceira vitória do Helinho. Puro ouro.

Em paralelo veio o convite para substituir Willy Herman como comentarista oficial da fórmula Indy, figurando ao lado de Luciano do Valle. Nesse meio tempo ele esteve ao lado dos narradores Téo José, de Luciano do Valle, de Cacá Fernando, Celso Miranda e, nesse ano de 2018, Eduardo Vaz.

Felipe Giaffone foi se destacando nos comentários, principalmente na parte técnica e no contato com os pilotos e o mundo do automobilismo americano. Numa época onde ainda havia o grande preconceito da IRL de ser um esporte sem graça, sem estratégias e com pilotos sem habilidades, Giaffone conseguiu mostrar o contrário. Muitos conseguiram entender o pack racing daquelas misturas de combustível que quase ninguém entendia e das estratégias nas paradas pela voz dele. Enquanto o narrador, o telespectador e até eu estávamos perdidos sobre quem tinha se dado bem com aquela bandeira amarela que surgiu do nada na prova, Giaffone nos dizia e explicava. De pouco a pouco, Felipe Giaffone se tornou a referência no quesito técnico da Indy.

Porém, Felipe Giaffone também foi se tornando referência em outras coisas. Giaffone se tornou comissário desportivo do GP Brasil de Fórmula 1 e, com o passar do tempo, também foi fazendo parte da comissão de pista de outros eventos da FIA, como a Fórmula E. Além disso, em 2016, com toda a crise da CBA e do automobilismo brasileiro como um todo, os pilotos formaram uma associação (a associação brasileira de pilotos de automobilismo), que teve como presidente o próprio Felipe Giaffone.
 
Muito por essas várias atividades, Giaffone, apesar de ser o membro mais constante nas transmissões da fórmula Indy, sendo substituído por alguns convidados, como os pilotos Sérgio Jimenez e Bia Figueiredo, pelo repórter Nivaldo Pireto e, mais recentemente, pelo repórter e comentarista Tiago Mendonça.

Com a saída de Gaiffone, a transmissão da Indy se encerra um longo ciclo. Ciclo este que começo lá atrás com Luciano do Valle, Téo José, Celso Miranda, Nivaldo Prieto e Willy Herman. Depois, para substituir Herman, vimos surgir Giaffone. Mas logo o Luciano do Valle faleceu e Nivaldo Prieto saiu  da emissora em 2014, Téo José saiu no ano passado e, nesse ano, é a vez de Giaffone.
Felipe com (da esquerda pra direita, de cima pra baixo): Dudu Vaz, Cacá Fernando, Celso Miranda e Nivaldo Prieto.
A transmissão da categoria, apesar das várias incertezas, continua com a Band por mais um ano. Isso foi confirmado pelo próprio Giaffone nos comentários da postagem de sua saída no Instagram, pois do contrato da INDYCAR com a rede Bandeirantes continua valendo até o ano que vem. A dúvida ainda reside no time de transmissão das provas. Muito provavelmente, o comentarista será Tiago Mendonça, que já é comentarista e se saiu muito bem nas transmissões que substituiu Giaffone. Agora a dúvida da narração ainda reside entre Celso Miranda e Eduardo Vaz, que narrou esse ano.

Tudo o que sabemos é que as transmissões não serão mais as mesmas, mas que Giaffone consiga tocar pra frente seus projetos. Boa sorte!

Um comentário: