Enquanto a USF2000 já consagrou Kyle Kirkwood como seu campeão, ainda existem dois pilotos brigando pelo título da Indy Lights e três pilotos brigando na pro Mazda, vejamos como os campeonatos chegam aos seus finais.


Vamos por campeonatos, do mais alto para o mais baixo:

Indy Lights


O campeonato da Indy Lights já está com 14 das 17 provas já realizadas, faltando três para o fim da temporada 2018, uma prova no oval de Gateway e duas provas em Portland, a etapa final. Representando o domínio da Andretti esse ano, Pato O'Ward e Colton Herta são os únicos com chances de se sagrarem campeão da Indy Lights desse ano.

Para aqueles que não sabem, o vencedor de cada prova em misto conquista 30 pontos, com o segundo conseguindo 25, o terceiro 22, o quarto 19, e indo para 17-15-14-13-12-11-10 e assim por diante. Além de um ponto pra pole e um ponto para mais voltas lideradas. Essa pontuação é aumentada em 50% nos ovais, ou seja, nos ovais o líder ganha 45 pontos, o segundo ganha 33 e assim por diante. 

Outro fato importante é que, desde a quarta etapa do campeonato o grid da Indy Lights não passou de sete carros. Com isso, o mínimo que um piloto da Indy Lights pontua são 14 pontos por prova nos mistos e 21 pontos nos ovais, e a diferença mínima entre o primeiro e o segundo colocados varia de cinco a sete pontos nos mistos e de doze a catorze pontos nos ovais.

Por esse motivo, apesar de Urrutia estar a 70 pontos dos líderes, ele tem chances apenas virtuais de ser campeão, pois mesmo que ele vença todas as três provas finais e O'Ward termine todas em último, ele conseguiria descontar apenas 65 pontos do mexicano.


Entre os dois postulantes ao título, O'Ward tem 32 pontos de distância para Herta, o que o garante uma posição bastante privilegiada. Isso porque a sua diferença para Herta é maior do que a diferença entre o primeiro e o segundo colocados nas três provas finais (47-33 - 14 em Gateway e 32-25= 7 em cada prova de Portland; o total da soma dá 28, enquanto a diferença de O'Ward para Herta é de 32 pontos). 

Essa diferença é crucial, pois tanto O'Ward quanto Herta dividiram o primeiro e segundo lugares em cinco das últimas oito provas do ano e, coma Andretti Autosport se mostrando especialmente forte nos circuitos de autódromo, como é Portland, essa se revela uma grande vantagem para o mexicano. De fato, o ponto de maior apreensão para O'Ward será a corrida em Gateway, pois, no ano passado, tanto Belardi quanto Juncos se mostraram mais forte no oval de 1,25 milhas e os carros de Urrutia, Franzoni e Telitz podem se meter no meio da briga pela liderança e favorecerem Herta no processo, já que as duas corridas em Portland tendem a ser favoráveis à Andretti e, se os dois principais pilotos da equipe não fizerem bobagem enquanto disputam pelo título, a pintarem duas dobradinhas para a equipe de Michael Andretti.

Mais embaixo na tabela, Urrutia parece bem tranquilo no terceiro lugar, tendo em vista que Franzoni está a 46 pontos do Uruguaio e, com a forte tendência do brasileiro não correr no limite máximo pois o chassi que ele corre é o último que ele tem dinheiro para bancar (correndo risco dele até fazer apenas um start and park em Gateway para não quebrar seu chassi), praticamente não há briga pelo terceiro lugar.

A briga maior no campeonato fica pelo quarto lugar pra baixo. Franzoni está em quarto com 279 pontos, 10 a frente de Ryan Norman e 29 pontos a frente de Aaron Telitz e Dalton Kellett. Apesar de todas as dificuldades, a diferença de Franzoni ainda é razoável para cima de Norman, tendo em vista que a diferença de pontuação de uma posição para a outra quando ambas estão para baixo do terceiro lugar é de apenas dois pontos nos mistos e três pontos nos ovais. Novamente, a etapa de Gateway é importantíssima para o piloto, que bateu o americano vencedor da F-Atlantic de 2016 várias vezes no ano, mas fez isso apenas uma vez nas últimas cinco provas.

Pro Mazda

O campeonato da Pro Mazda é o mais aberto dos três que compõem o Road to Indy. A exemplo da Indy Lights, faltam três provas para terminar o campeonato: uma no oval de Gateway, com a pontuação aumentada em 50%, e uma rodada dupla no misto de Portland. Além de ter o calendário maior, como o da Indy Lights, o grid da categoria alcança facilmente os 14 carros. Com isso, o último lugar marca apenas sete pontos nos mistos e onze nos ovais.


Somado a tudo isso temos a menor diferença entre os dois líderes. Rinus VeeKay (Juncos) tem apenas 25 pontos de diferença para Parker Thompson (Exclusive). Isso faz com que, mesmo que VeeKay tenha três vitórias a mais que seu oponente, esteja em grande risco caso ele pise na bola na corrida de Gateway ou não consiga bom desempenho em Portland. 

O ano foi feito de altos e baixos para os dois principais postulantes ao título. Thompson começou especialmente bem o campeonato e, logo após a sétima corrida do ano em Lucas Oil Raceway, ele liderava o campeonato com 40 pontos a frente de Carlos Cunha e de Rinus VeeKay. Mas, nas últimas seis corridas o canadense não esteve no pódio e foi ultrapassado por VeeKay, que venceu as últimas quatro provas do ano, abrindo uma vantagem que ainda não é confortável. A disputa pelo campeonat ainda está bastante aberta.

Aberta o suficiente para até Carlos Cunha, com toda sua regularidade, almejar o título. O brasileiro está em terceiro lugar, a 68 pontos de VeeKay e 43 pontos de Thompson, o que ainda é possível descontar nas últimas três corridas do ano caso Cunha vença as três últimas provas, Thompson faça nenhum Top 5 e VeeKay não faça um Top 10 sequer. Difícil, mas não impossível para o único brasileiro que ainda disputa o título no mundo da Indy esse ano.

USF2000

E, bem, o campeonato da USF2000 já tem campeão. Kyle Kirkwood confirmou seu amplo favoritismo e se sagrou campeão matematicamente faltando quatro provas para o fim do campeonato, levando o oitavo título seguido para a Cape Motorsports.

Muitos me perguntam se Kirkwood é um fenômeno ou algo assim para ter ganho o campeonato tão facilmente e... bem, minha resposta é não. Kirkwood é realmente um ótimo piloto, mas não é possível afirmar se ele é o novo Dixon com base em sua carreira, e não só pelo fato de ele ter passado por categorias menores até aqui, mas também pelo fator Cape. 



A Cape Motorsports é um monstro quando se trata de categorias 2.0, vencendo os últimos os últimos oito campeonatos da USF2000, e também a primeira temporada da F4 USA, que continha mais de vinte carros com temporada completa e; graças a isso, vimos uma grande quantidade de pilotos simplesmente dominarem a USF2000 mas irem desaparecendo gradualmente conforme subiram o Road to Indy. Apenas para um exemplo: dos pilotos que foram campeões com a Cape Motorsports apenas Matthew Brabham (Campeão da USF2000 em 2012) conseguiu correr na Indy em alguma prova; Petri Suvanto terminou todas as provas da USF2000 em 2011 no pódio, ganhando de Zach Veach e Spencer Pigot; Scott Hargrove disputou o campeonato de 2013 apenas com seu companheiro de Cape (Neil Alberico) e ganhou; Nico Jamin venceu onze das dezessete provas do ano no campeonato de 2015; e todos desapareceram da Indy dois anos depois do título. Florian Latorre, Anthony Martin também tiveram o mesmo fim e não são nomes vistos em nenhum padoque da Indy ou do Road to Indy.

Kyle Kirkwood tem talento e é um bom piloto, mas pode-se dizer que sua carreira vai começar apenas agora, em campeonatos onde a Cape não tem domínio completo.

Bem, deixando o futuro longínquo de lado, ainda existe uma briga muito forte pelo segundo lugar no campeonato, ou o campeão no campeonato sem Cape Motorsports. Rasmus Lindh, o sueco estreante nos monopostos está nesse posto até o momento, com 194 pontos, apenas oito a frente do brasileiro Igor Fraga e treze a frente do outro brasileiro na categoria, Lucas Kohl. Correndo por fora temos Calvin Ming e Kaylen Frederick, com 28 e 41 pontos de desvantagem, respectivamente. em um campeonato com 62 pontos ainda a serem disputados e onde a diferença entre o vencedor e o segundo colocado é de sete pontos, tudo pode acontecer.

Aguardemos até lá!!

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