Ironicamente, no dia em que se especulou sua saída da Indy para correr em protótipos na IMSA, Hélio Castroneves vence uma corrida.

A vida de Helio Castroneves é uma eterno filme de comédia, suspense e drama. Um blockbuster com duração maior que a de Boyhood: duas décadas. Entre os clímaxes que este filme proporciona, está sua entrada para a esquadra de Roger Penske de maneira trágica, após a morte de um dos protagonistas mais queridos da época. Seu sucesso impressionante no maior templo do automobilismo, o drama e a volta por cima dos problemas fiscais nos Estados Unidos, com o suspense dos quase-campeonatos ao longo de todo o filme.

Parece que quando a balança pende para o lado do fim inevitável, Helio dá um jeito de segurar as pontas e forçar o pêndulo a ficar a seu favor, assegurando mais alguns capítulos. Fazem mais de cinco anos que o público espera por um desfecho do filme, mas sempre existe algo a se surpreender no fim, que prende a atenção das pessoas que o olham. Não é por menos que Helio é o piloto mais popular do grid. 


Porém, para que um roteiro tão bom, algo que talvez nem Steven Spielberg poderia ter feito, possa terminar com as pessoas batendo palmas e lembrando da última emoção que tiveram, assim como com um tal de Gil de Ferran, é preciso terminar o ato com chave de ouro.

Helio talvez possa aproveitar esse fim de temporada para mostrar o que ainda pode fazer, pela última vez. É o correto a se fazer, na minha opinião. Não existe hate algum, apenas uma preservação pela imagem de um piloto que já entrou na história pelas suas conquistas e seu talento, e que fique sendo lembrado dessa maneira para sempre, sem que algum fã hesite em desconfiar de tal virtude, vencendo ou não vencendo um campeonato, como um tal de Dale Jr.

Deixar de correr todas as provas da categoria também não seria o fim do mundo. A proposta de correr na IMSA ainda continua de pé, e este cenário é o melhor que pode existir para o brazuca de 42 anos. Helio, ao parar, ainda estaria correndo na Indy 500, ainda estaria fazendo parte do paddock, ainda estaria na boca de todos daqui pelo menos 10 anos, ainda será um nome a ser lembrado por tudo que fez, e deixar de ser obrigado a correr em pistas como Detroit ou Gateway não seria algo ruim a se fazer.


A vitória maiúscula em Iowa, com 217 de 300 voltas lideradas, lhe deu um ar de 'quero mais', que é ótimo também para pensar em encerrar por cima. É o tempo correto para que Helio termine a longa e vitoriosa carreira na Indy. Chances de título o brasileiro ainda tem, com apenas seis pontos atrás de Dixon. Sabemos que o neozelandês não é desse mundo, mas fechar com um título seria a cereja do bolo para o final deste filme.


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