Em corrida insana com apenas oito
carros terminando, australiano segura ataques de Dixon, Sato, Pagenaud e
Kanaan, vencendo a segunda prova na temporada. Tony Kanaan termina em segundo;
Helinho tem pneu furado no início da prova e bateu, terminando em vigésimo.
Segunda vez na carreira que o Power dá tiros pro alto. (Foto: IndyCar) |
Diferente da corrida como um todo,
a largada da prova ocorreu de maneira limpa. Charlie Kimball manteve-se na
liderança, seguido por Dixon, Rossi e Kanaan. Tristan Vautier começou com um
ritmo bastante forte e atacava constantemente o brasileiro da Ganassi. No começo
da prova, Newgarden saiu da P17 e chegou a figurar entre os primeiros, e Ed
Carpenter da P14, também aparecendo entre os primeiros colocados, dando uma
mostra que a corrida seria marcada pelo Pack
Racing.
Vautier estava endiabrado com o
seu #18 da Dale Coyne, substituindo Bourdais. O Francês chegou a disputar a
liderança com Kimball a partir da volta 16. Com isso, os carros que vinham
atrás se embolaram, formando mais pack ainda. Na volta 29, Vautier conseguia
a liderança, e puxando Newgarden para segundo e Kimball começava a perder
posições. Power também se aproveitou da troca de liderança e partiu para a
briga pela liderança. Dixon e Kanaan começavam a ficar pra trás no
pelotão.
Na volta 36 a primeira bandeira
amarela da prova foi acionada. Alexander Rossi, que vinha em quarto, foi
ensanduichado por Dixon e Kanaan na reta oposta, pouco antes da curva 3 do oval
texano, numa tentativa frustrada dos pilotos em fazer um three-wide. Com a amarela, todos foram aos pits para a primeira
janela de paradas. Na saída dos pits, James Hinchcliffe perde o controle de seu
carro e acerta Helio Castroneves e Takuma Sato. O canadense não sofreu nenhum
dano em seu carro, muito menos o piloto brasileiro, mas o japonês teve o seu
bico dianteiro bastante avariado e acabou perdendo uma volta. Charlie Kimball
teve problemas mecânicos e foi para a garagem, abandonando a prova.
A "cagalhopança" de Hinchcliffe. (Foto: Twitter/NBCSN) |
A relargada veio na volta 49.
Newgarden, que havia saído em primeiro dos pits, foi punido por excesso de
velocidade. Hinchcliffe foi punido com uma passagem pelos pits pela cagada que
fez na saída dos boxes. Com isso, Power assumia a liderança da prova, com
Vautier, Dixon, Carpenter e os demais nas posições seguintes. Helinho, mesmo lá
atrás, crescia várias posições desde a largada e Pagenaud, então discreto, se
juntava também aos líderes.
Enquanto Hinchcliffe, então uma
volta atrás e estava tentando recupera-la no meio dos líderes Power, Helinho e
Pagenaud, a transmissão da NBCSN colocava Fernando Alonso ao vivo para bater um
papo bem à vontade sobre a prova e o seu futuro. Acompanhe no vídeo abaixo:
Na volta 91, após Newgarden parar
pela segunda vez, Helinho teve o seu pneu traseiro esquerdo furado após um leve
contato com Aleshin e acabou batendo sozinho e bastante forte na curva 2 do
oval texano. O piloto brasileiro saiu do carro reclamando de uma vibração no
carro algumas voltas antes, provavelmente causada pelo furo que ocasionou o acidente,
mas nada de mais grave ocorreu com o brasileiro tricampeão da Indy 500.
A relargada veio na volta 103,
mas Ed Carpenter tratou de causar outra amarela logo na sequência, após rodar
sozinho e incrivelmente conseguir salvar o seu carro sem bater. Vautier se
assustou e também rodou, quase batendo no muro. A relargada então só veio na
volta 109, dessa vez limpa. Power se mantinha à frente, segurando ataques de Kanaan,
Vautier, Dixon, Pagenaud e Aleshin, que vinham bem agrupados.
Na metade da prova, os dez
primeiros eram Power, Pagenaud, Kanaan, Vautier, Dixon, Aleshin, Ed Jones, Muñoz,
JR Hildebrand e Marco Andretti. 19 pilotos estavam na volta do líder e
separados por cerca de apenas 4s. Newgarden subia o grid novamente e já
acumulava então 57 ultrapassagens na metade da corrida, na volta 114.
Mais uma bandeira amarela, dessa
vez por detritos na pista, foi acionada na volta 139. Era a chance para todos
os pilotos irem pros pits pela terceira vez na noite. Max Chilton foi o único
piloto que resolveu ficar na pista e tentar uma estratégia diferente, num claro
tudo ou nada.
E então veio o ápice da corrida.
Na volta 151, um big-one de oito carros causou mais uma bandeira amarela na
prova. Hinchcliffe foi ensanduichado por Kanaan, que mudou acintosamente de
linha na entrada da curva 3 e Aleshin, que vinha por fora. Era óbvio que ia dar
ruim. Hinchcliffe perdeu o controle e bateu no muro e acertou Aleshin, que
acertou Vautier, que acertou Hunter-Reay que nada tinha a ver com isso e nem
havia citado seu nome neste resumo ainda. Mais atrás, Hildebrand perdeu o
controle do carro e bateu com Muñoz e Ed Jones e seu patrão Ed Carpenter também
acabou se envolvendo neste grande acidente. Sobrou alguém na pista após isso?
Sobraram onze carros. A direção de
prova acabou dando bandeira vermelha na volta 155, para limpar os oitocentos
mil detritos espalhados na pista. Puto da vida, Dale Coyne, dono da equipe de
Vautier e Jones, foi tirar satisfações com o piloto brasileiro dentro do carro
nos pits, sobre a barbeiragem que fez. Vários pilotos que se envolveram no
acidente, sobretudo Hinchcliffe, culparam o piloto e não entenderam o porquê de
Tony Kanaan ter feito aquele movimento abrupto ao mudar sua linha de pilotagem.
O único que saiu em defesa foi o dono de sua equipe, Chip Ganassi, atacando
Hinchcliffe pela barbeiragem feita nos pits no início da prova. Tretas à parte,
o piloto brasileiro foi punido pela direção de prova com uma passagem pelos
pits e ficou 20s parado, voltando para a corrida duas voltas atrás dos líderes.
Quando os pilotos voltaram para a
pista, meia hora depois, a direção de prova avisou que daria outra amarela após
30 voltas para os pilotos trocarem obrigatoriamente os pneus por questões de
segurança, até o final da corrida. A relargada só veio na volta 160, com Power
mantendo-se à frente, Dixon logo atrás, Pagenaud, Newgarden, Sato e os demais
separados por poucos segundos.
Uma volta antes da amarela de
competição, a Penske chamou Newgarden para fazer a sua parada, mas logo depois
teve que fazê-la novamente, junto com o resto do grid para não fixar com voltas
à menos de combustível no tanque. Marco Andretti, que vinha uma volta atrás dos
líderes, conseguiu recuperar a sua volta nessa janela de paradas. Dixon conseguiu
voltar dos pits à frente de Power.
A relargada veio na volta 198 e
Dixon não conseguiu manter-se à frente de Power por muito tempo, mostrando que o
australiano tinha o melhor carro da noite, voltando para a liderança da
corrida. Enquanto isso, Newgarden vinha bastante rápido lá detrás e aparecia em
quarto. Até que...
Mais uma bandeira amarela! Com 48
voltas para o fim, Newgarden vinha bastante agressivo e acabou batendo sozinho
após tentar se posicionar numa terceira linha com Dixon e Pagenaud, em plena
reta de chegada do circuito texano. Resultado: muro para o americano da Penske.
Enquanto isso, Kanaan recuperava uma das duas voltas perdidas com a punição.
A relargada veio faltando 40
voltas para o final. Power mantinha-se à frente e segurava Dixon, Pagenaud, Sato,
Chilton e Rahal na briga pela vitória. A briga era insana e bastante intensa
pelas primeiras posições. Rahal e Sato tentavam subir no grid forçando pra cima
de Dixon e Pagenaud, enquanto isso, Chilton e Chaves vinham logo atrás, era um
belo final de prova com Pack Racing pra fechar a noite do sábado.
E então veio uma nova amarela de
competição, como a direção de prova havia prometido. Com isso, todos foram pros
pits. Kanaan aproveitou para parar depois, recuperando assim a sua segunda
volta que havia tomado devido à punição pelo big-one. Power saiu dos boxes em primeiro, seguido por Dixon, Sato,
Pagenaud, Chilton, Chaves, Andretti, Daly e Rahal.
Com 19 voltas pro fim, a relargada
veio e então os pilotos aproveitaram para definirem quem venceria a prova, a
chamada hora da verdade pelo Téo José. As brigas eram insanas. Kanaan
milagrosamente subiu o grid e logo estava em quarto, brigando com Sato e
Pagenaud, com Rahal mais atrás tentando achar espaço para também ganhar
posições. Power e Dixon na frente, brigando pela liderança. Era de tirar o
fôlego! O vencedor da prova provavelmente seria decidido mais uma vez no Photo Finish.
E então, faltando apenas cinco
voltas para o fim da prova, Takuma Sato passou do ponto e acabou causando o
acidente que definiria a prova. O campeão das 500 milhas desse ano passou por
cima da grama da reta de chagada do oval texano e, desequilibrado, acertou em
cheio o carro de Scott Dixon, causando mais uma bandeira amarela. Foram tantas
que eu perdi a conta.
REPLAY: @TakumaSatoRacer and @scottdixon9 make contact #Rainguard600 #INDYCAR pic.twitter.com/dDP1tl9Iry— IndyCar Series (@IndyCar) June 11, 2017
Chilton e Daly acabaram também se
envolvendo no acidente. E então, a direção de prova, por conta do tempo da
corrida que já estava estourado, decidiu não colocar a prova em bandeira vermelha
novamente, deixando sob amarela para encerrar a prova por ali mesmo, num
anti-climax total. Mas fazer o quê, regras e tempo de televisão são sagrados e
têm que ser cumpridos.
Power cruzou a linha de chegada
em primeiro, com Kanaan em segundo e Pagenaud em terceiro. Rahal foi o quarto e
Gabby Chaves, pela estreante Harding Racing, terminou num excelente quinto
lugar. Foi a segunda vitória de Power no oval texano e também a segunda vitória
dele na temporada 2017.
Confira abaixo o resultado final
da prova:
A classificação do campeonato
está assim após nove etapas:
A próxima corrida do calendário
acontece somente daqui duas semanas, em 25 de junho, no circuito misto de Road América.
Até lá!!
Na real, são vários os pontos que podem ser debatidos a respeito dessa corrida. Mas o que mais prejudicou os pilotos foi o novo asfalto do circuito, que devido ao fato de que as linhas mais altas das curvas não estarem emborrachadas, não era possível fazer o tree wide, ou seja, sempre que teve 3 carros lado a lado deu merda. E por último as ações inconsequentes de TK e Sato. Kanaan aliás, depois dessa se queimou legal com os fãs americanos pelo que tenho acompanhado nos sites esportivos de lá. Enfim, Texas não pode sair do calendário e pra mim pack racing é legal só em final de corrida, o tempo todo é muito angustiante as vezes.
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