A estreia de Fernando Alonso no Indianapolis Motor Speedway passou longe de ser um simples treino, nada mais justo para alguém que passa longe de ser um simples estreante.
Imagem exalando clichê. |
As 500 milhas de Indianápolis já começou ontem, dia três de maio, com o primeiro piloto estreante a passar pelo típico Rookie Orientation Program (ROP, para os mais íntimos; como sou íntimo, chamarei assim o treino daqui por diante). Esse é um treino que todos os pilotos que nunca pilotaram um carro da Indy no circuito oval de Indianápolis ou que não pilotam um carro da Indy nesse circuito a mais de dez anos tem que fazer. Primeiro, o piloto, depois de ter o ajuste de seu carro feito e aprender como guiar o carro com um piloto com experiência comprovada na Indy, deve dar 15 voltas entre 205 e 210 mph, 15 voltas entre 210 e 215 mph e 15 voltas acima de 215 mph.
O problema é que esse teste geralmente acontece no primeiro dia de treinos das 500 milhas mais famosas do mundo, que cai, em 2017, no dia 15 de maio. Um dia antes acontece o GP da Espanha de F1, e Alonso estará nele, não podendo estar no ROP. Então, a sua equipe, Andretti-McLaren, solicitou à INDYCAR (órgão que coordena e chancela a Fórmula Indy) para fazer um ROP privado e custeado pela equipe ontem, e a INDYCAR liberou.
Não só liberou, como fez um minicirco em volta de tudo. Primeiro com um evento apenas para mostrar a pintura que o carro #29 (aqui usamos # no lugar do nº, acostume-se). A pintura laranja, tradicional da McLaren no mundo da Indy, chamou atenção (ah vá que laranja chama atenção), e atenção positiva dessa vez.
Depois de uma invadora conferência pré-teste, o ROP começou de verdade. Primeiramente, Marco Andretti ajustou o #29 e o veterano de 169 corridas e duas vitórias na Indy ensinou ao bi-campeão Mundial de Fórmula 1 a como dirigir. Isso durou aproximadamente uma hora e meia, e mais de 100 mil pessoas assistiam ao vivo a Robin Miller fazer entrevistas as mais diversas pessoas que estavam presentes no paddock, reportagens especiais e até anúncios via Youtube.
Depois, Alonso entrou no carro, e o chat da transmissão no Youtube ficou assim:
This is the @alo_oficial @IndyCar Test live chat at the moment. At normal speed. @TheRaceTool @IamDarrenCox @ZBrownCEO. #engagement pic.twitter.com/NwcJ85tdIo— AJ Smith (@GTP_AJ) 3 de maio de 2017
E era assim enquanto o espanhol estava na pista. A transmissão também não deixava para trás, enquanto Jack Arute, que também narra as corridas da Indy na ráido oficial de Indianápolis, também ouvíamos os comentários de Mario Andretti (campeão da F-1 em 78, campeão da CART em 84, tricampeão da USAC em 65, 66 e 69 e campeão da Indy 500 de 1969) e Johnny Rutherford (campeão da USAC e da CART em 80 e tricampeão das 500 milhas em 74, 76 e 80).
Foi algo surreal. Foram mais de seis horas de transmissão em um nível pouco visto, mesmo em corridas, e a repercussão foi geral. Até o momento foram mais de 1,2 milhão de visualizações no Youtube e quase 1,2 milhão na transmissão via Facebook. Fazendo um paralelo com a televisão, daria algo entre 1,8 e 2,1 pontos Nielsen de audiência, e seria o segundo evento mais visto, perdendo apenas para as 500 milhas de Indianápolis.
Em mídias sociais também., as palavras Indy e IndyCar foram trending topics no twitter da Espanha, o que é algo completamente surreal, e Alonso rodou o mundo e as páginas sobre automobilismo se regozijaram. Até o jogo aberto abriu mão de alguns segundos de suas disputas de ego discussões de futebol para comentar da estreia:
Lembrando que as atividades da Indy 500 mesmo começam só dia 15, com o ROP dos outros novatos e o primeiro treino oficial, antes disso, no sábado, dia 13 de maio tem a etapa no circuito misto de Indianápolis! Até lá!!
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