Com a Silly Season avançando a passos largos em suas decisões, algumas cartas importantes já foram reveladas, mas ainda tem muitas "corridas" para termos tudo pronto para o início da temporada 2017.
Essa é pra você que achou que a entrada de Gateway seria a única emoção dessa pré-temporada
Vamos acompanhar três dessas "corridas":

Montoya correndo atrás de vagas (ou as vagas correndo atrás de Montoya).

Procurado
A grande peça que caiu nessa pré-temporada foi a troca de pilotos na Penske. Juan Pablo Montoya, depois de três anos correndo no #2 da Penske, foi trocado pelo jovem e boa pinta Josef Newgarden. Agora, o piloto de 41 (!!!) anos está sem vínculo de fato na Indy, e se juntaria aos reles mortais do grid em busca de uma vaga para correr.

Pilotos com o currículo de Montoya dando sopa por aí em uma pré-temporada são bem raros e, assim, as equipes que já tem algum porte financeiro correm atrás do colombiano para tê-lo em suas equipes.

Entretanto, o caso do colombiano é diferente dos demais. O caso da saída de Montoya pareceu (pois, no mundo da Indy, é muito raro se revelar os verdadeiros motivos das saídas dos pilotos) partir muito do próprio piloto. O campeão da CART em 99 e bicampeão da Indy 500 não mostrava o mesmo apetite por vitórias e por correr na principal categoria de monopostos dos EUA, e como Roger Penske só alinha carros com o objetivo claro de vencer, entrou em acordo para a saída de Montoya. 

Se Montoya, aparentemente, estava sem ânimo para correr em outras equipes de menor estrutura, fazendo a ida dele para o endurance ou categorias de turismo mais tranquilas serem escolhas mais lógicas.  

Mas Montoya nem sempre toma decisões lógicas, vide ida para a NASCAR após sua saída da F1 no meio da temporada de 2006 e a ida para a Penske, ao invés de voltar a equipe que o projetou no cenário americano, a Ganassi. Pode-se sair qualquer coisa dessas negociações.

Corridas por assentos vagos.

As brigas por vagas não contam tanto para Dale Coyne.
Ela aceita qualquer coisa.
A indecisão e corrida por Montoya só acontece porque muitas equipes ainda não se definiram para o ano que vem. Com exceção da Penske, da Rahal Letterman e da Schmidt-Pterson, nenhuma outra equipe já fechou seu plantel de pilotos para o ano que vem. Outras equipes promissoras, como KVSH, AJ Foyt e Carpenter Racing tem vagas sobrando para o ano que vem.

Isso também é bem raro e faz a típica turba de pilotos urubus, que esperam alguém morrer sair de uma vaga da Indy para correr com tudo o que tem para garanti-la.

Nesse ano, além das típicas vagas da Dale Coyne que se definem apenas duas semanas antes da primeira prova e, muitas vezes passam de piloto para piloto, temos mais vagas 4,5 abertas para 2017. AJ Foyt está bastante descontente com sua dupla de pilotos, que mais bate e regaça do que corre, e duas vagas estão virtualmente abertas. Todo mundo abandonou Ed Carpenter e apenas ele próprio está confirmado para correr nos ovais na temporada seguinte, sobrando a vaga antes ocupada por Newgarden e a sua vaga de mistos, já que Spencer Pigot mira fazer uma temporada completa para 2017. E também tem a vaga da KVSH, que ninguém sabe para quem ela será vendida, pois a equipe se tornou a nova Bryan Herta no quesito pobreza.

E, como sempre, no mínimo meia dúzia de pilotos são cogitadas para cada uma dessas vagas, fazendo a pré-temporada ficar bem mais interessante do que no ano passado.

Corrida para confirmar seus assentos semi-vagos.

Carlos Muñoz não quer sair da Indy.
Essas seis vagas e meia (contando com a Dale Coyne) podem não ser as únicas em disputa na pré-temporada, e ainda podem aparecer vagas MUITO interessantes para os pilotos disputarem até a morte.

A Andretti e a Ganassi estão quase prontas para o ano que vem, e isso inclui Tony Kanaan. O bom baiano está "garantido" na Ganassi, pois o contrato assinado com a Ganassi no ano passado o garantia na equipe até o fim de 2017 e, sabidamente, Charlie Kimball paga para correr na Gtanassi o suficiente para financiar dois carros da equipe, enquanto Scott Dixon tem alguns patrocínios muito sólidos e não deve ter problemas para alinhar o #9 por conta própria.

Mas as outras duas vagas são casos mais complicados. Na Andretti, Carlos Muñoz está praticamente garantido, mas precisa de grana; seu carro passou boa parte da temporada sem patrocínios, e como a Andretti não tá nadando tanto assim na grana, ele pode ser trocado por alguém com mais aporte financeiro. 

A Ganassi tem um problema parecido, mas não igual. A Vaga de Max Chilton está quase certa, mas ainda depende de um manejamento de patrocinadores para o #8 e também da própria vontade do piloto. Chilton gostou muito da oportunidade de pilotar pela equipe de Chip Ganassi, mas os resultados do inglês ficaram muito aquém do esperado (ele fez quase 200 pontos a menos que Charlie Kimball, por exemplo) e vagas no WEC podem surgir (oi Manor), onde Chilton tem grande apreço e pode migrar.

Podem ser mais duas vagas surgindo na corrida de pré-temporada.

A corrida pela Chevy.

Chevy voltando a estaca de 2013.
Essa talvez não seja uma corrida apenas para essa pré-temporada, mas deve acontecer. caso você não saiba, a Ganassi confirmou que re-migrará para a Honda em 2017, e isso abre uma grande lacuna.

Pelas contas confirmadas, até agora, apenas sete dos 22 carros que fazem a pré-temporada completa são Chevy: 4 Pneskes, 2 Carpenter e 1 KVSH; enquanto a Honda,  apenas com Andretti E Ganassi, superam esse número.

A questão é: quem migraria da Honda para a Chevy?

Talvez a pergunta mais apurada seja: quem a confraria da Chevy vai escolher para substituir a Chevy?

A fabricante de motores voltou em 2012 muito por lobby de gente muito forte, como Roger Penske e, depois da loucura daquela temporada, com saída da Lotus e as duas montadoras tendo que porduzir e fornecer motores na pressa, no ano seguinte as coisas se assentaram e a Chevy mostrou a quem queria oferecer seus motores.

Repare como, após o ano de 2012, todas as equipes para qual a Chevy forneceu motores possuem um grande poder dentro da Indy: Penske, Ganassi Andretti (óbvios), KV e os ex-donos da Champ Car, Carpenter, Lazier Partners e os donos da Indy (Tony George é o acionista majoritário da equipe), Dragon e o filho de Roger Penske, Panther com o patrocínio da guarda nacional americana.

Assim, quem cumpriria esses requisitos? Andretti vem logo a nossa mente, mas elas está cada vez mais envolvida com a Honda, a ponto de muitos cogitarem a troca de Carlos Muñoz por Takuma Sato. Outros cogitam a Foyt (a ponto dela aparecer com "Chevrolet" na pagina do wikipédia), que está completamente descontente pelos rumos que a equipe tomou; e outros cogitam até a Rahal Letterman, que poderia, finalmente, colocar seus planos de re-expansão em prática.

É uma nova corrida do ouro para as equipes menores que querem progredir, e faz essa pré-temporada decidir coisas não só para 2017, mas para temporadas mais a frente.

Um comentário:

  1. Sinto falta da Ford retornar a formula indy, não sei o que fora definido por ela na sua reestruturação que a fez escapar a crise de 2008 e a tirou das competições só restando a nascar, Rali e wttc, mas seria interessante ela voltar.

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