No primeiro teste coletivo focado em 2017 do Road to Indy, podemos ver muitas coisas, como: o inesperado bom desempenho dos novatos na Indy Lights, Franzoni lacrando na Pro Mazda e brasileiroS na USF2000.


Indy Lights

André Negrão em equipe nova.
Na principal categoria de acesso à Indy a principal dúvida pairava sobre os novatos, principalmente sobre Nico Jamin, Aaron Telitz e Nicolas Dapero, já que Garth Rickards e Richard Gonda meio que caíram do nada nesses treinos.

Isso porque Nico Jamin e Aaron Telitz, respectivamente o terceiro colocado e o campeão, foram dois que se destacaram no campeonato com poucos personagens da Pro Mazda, levando em consideração que Pato O'Ward, o vice-campeão e companheiro de Telitz mal tinha dinheiro para correr a Pro Mazda. Também houve atenções voltadas a Nicolas Dapero, mas não por sua habilidade, mas sim pela vaga na Juncos que ele ocupou nesse teste; a equipe de Ricardo Juncos está com uma vaga em aberto, já que Zachary Claman de Melo assinou com a Carlin para disputar a GP2, e como a Juncos tem a fidelidade com seus pilotos, muito provavelmente um dos que pilotou na Pro Mazda esse ano (Jake Parsons, Will Owen ou Nicolas Dapero) ascenderão à Indy Lights. Essa foi a vez de Dapero testar.

E os três foram, pessoalmente, bem. Jamin liderou quatro das oito sessões de testes, terminando com o tempo mais rápido do primeiro dia e o segundo melhor tempo no geral. Telitz, mesmo tendo de se acostumar a duas equipes completamente diferentes (a grande Schmidt-peterson e a mediana Belardi), conseguiu o terceiro melhor tempo nos dois dias, enquanto Nicolas Dapero, como bom leão de treino, conseguiu o quarto melhor tempo.

Entretanto, o fato de alguns dos grandes pilotos da temporada passada que devem continuar na Lights estavam de fora desses testes para dar lugar aos novatos (como Santiago Urrutia, Felix Seeralles ou Dean Stoneman) ou fazendo alguns testes de pneus para a Cooper Tires (como Zach Veach e Kyle Kaiser).

A única exceção entre os veteranos foi André Negrão, pois foi o único deles a conseguir alguns pódios na temporada passada a correr sem teste de pneus no Chris Griffis Memorial Test. O paulistano participou apenas do primeiro dia de treinos e fez seu trabalho na Juncos, ficando quase um segundo a frente de seu companheiro estreante nesse teste e ficou no segundo lugar do primeiro dia. Negrão foi o melhor dos veteranos no primeiro dia, a frente dos medalhões Juan Piedrahita e Shelby Blackstock e dos novatos mais ou menos do ano passado: Neil Alberico, Garett Grist e Dalton Kellett.

Tempos do primeiro dia.
Tempos do segundo dia. Os pilotos com * mostram quando eles estavam fazendo testes de pneus a pedido da Cooper Tires.


Pro Mazda

Chris Griffis Memorial Franzonifest
Os treinos da Pro Mazda se transformaram em um Franzonifest. O brasileiro fez seu dever de casa e foi o melhor dos cinco pilotos presentes para os dias de testes na Pro Mazda e, mesmo ele sendo um dos três novatos no teste, ele fez o dever de casa e doutrinou no teste.

Isso porque Franzoni realmente promete mais do que os outros quatro pilotos do teste, e a promessa se tornou realidade quando o brasileiro era, sempre meio segundo mais rápido que seus concorrente e, no segundo dia, conseguiu quebrar o recorde extra-oficial do IMS misto.

Esse pode ser o princípio de um casamento que seria ideal tanto para Franzoni quanto para Juncos, pois a equipe vem sofrendo com dois anos seguidos fora dos três primeiros lugares, a equipe pretende se reerguer e voltar a disputar o título, enquanto Franzoni busca a algum tempo uma casa que lhe dê mais chances de lutar por um título nos EUA.

Entre os outros pilotos, Jorge Cervallos, TJ Fischer e Joseph Burton-Harris terminaram tecnicamente empatados e, apesar de terem idades, origens e experiências diferentes, estão muito parecidos. Cevallos é dissidente da Europa, tendo passado pela F-Renault 2.0 no ano passado, Fischer, que disputou também a F-Renault no seu único ano de carreira na Europa e Burton-Harris que veio direto da Austrália para os EUA, desde o Kart e entrando na Pro Mazda por meio das categorias da SCCA.

O ponto em comum entre eles é que, em algum momento, eles fizeram passagens sem aparecer muito na Pro Mazda no ano passado, o que, numa temporada com sete ou oito carros, chega a ser um crime. Esse teste poderia ser o primeiro passo para aparecer no mundo da Pro Mazda e do Road to Indy, mas não aconteceu, com os três ficando tecnicamente empatados no fim do treino.

Tempos do primeiro dia

Tempos do segundo dia.


USF2000

Team Pelfrey com pouco amarelo é surpresa pra mim.
A categoria, com exceção de 2014-15, sempre teve muitos carros e uma rotatividade grande de pilotos, e esse teste o grid estava ainda mais cheio, pois dois carros diferentes estavam presentes. A categoria, no ano que vem, implementará um novo chassi, o Tatuus USF-17, em substituição aos antigos Van Diemen 02. Como o chassi ainda está em fase de testes e essa é a primeira prova do chassi da Tatuus e ele é mais caro do que os antigos, muitas equipes tem estratégias diferentes nos dois dias de testes.

As três principais equipes da categoria, Team Pelfrey, Cape Motorsports with Wayne Taylor Racing e Pabst Racing, tem abordagens um bocado diferentes.

Cape Motorsports teve a postura menos ortodoxa diante dos treinos. Os irmãos Cape optaram por colocar um piloto mais experiente na direção do chassi novo, e Matthew Brabham estava no volante do carro novo nos dois dias, enquanto os dois pilotos estreantes da equipe (Oliver Askew e Tim de Silva) ainda pilotam no chassi antigo, mais fácil de guiar. No fim, os três serviram como base para os tempos do grid, com Askew se destacando nos tempos de chassi antigo e Brabham servindo de referência de piloto experiente no chassi novo.

A Team Pelfrey teve uma postura diferente em seus três carros. Robert Megennis (com experiência de uma temporada na USF2000) e o estreante Kaylen Frederick pilotam o USF-17, enquanto o outro estreante, o guiano (não é goiano, é guiano, oriundo da Guyana) Calvin Ming. Megennis nos dois dias e Frederick no segundo dia conseguem acompanhar de perto o tempo de Brabham e tem um bom treino, já Ming perde de longe para Askew no desafio do chassi antigo.

A Pabst foi tradicionalista e colocou todos os seus pilotos. Os estreantes Neil Verhagen e Hugo de Sadeleer correram os dois dias, enquanto os veteranos Dakota Dickerson e o brasileiro Lucas Kohl dividiram o #21 no teste. Os dois estreantes foram consideravelmente bem e, junto com Frederick e Askew, foram considerados os estreantes de melhor desempenho dos dois dias de testes. Lucas Kohl mostrou um desempenho parecido com o meio da temporada de 2016, conseguindo ficar no top 10 e ficou no bolo de pilotos que ainda possuem alguma relevância no campeonato.

Haviam também quatro equipes estreantes na categoria esse ano, e todas seguiram o mesmo padrão de irem mal no primeiro dia por estarem se acostumando a tudo, obtendo um melhor desempenho no segundo dia, e figurando no meio da tabela de tempos. Nem os casos da Carlin Benik (com o apoio técnico da Carlin) nem a Newman Wachs (que migrou da F-Atlantic para a USF2000) se livraram do carma.

Tempos do primeiro dia. USF-17 é o novo carro e VD02 é o caro antigo.
Tempos do segundo dia.
Ah sim, e, no segundo treino, tivemos a presença de mais um brasileiro. Leandro Guedes, vencedor da F1600 Gaúcha (ou f 1.6 Gaúcha) de 2013 participou do segundo dia de treinos pela ArmsUp Motorsports. O carioca tem 25 anos e depois de se tornar campeão da F-1600 Gaúcha partiu para a F-4 sulamericana e, neste ano, da melancólica F-3 Brasil Light. 

O que sairá deste teste ainda não se sabe, até porque este deve ser o primeiro teste de Leandro Guedes com um carro com asa traseira e que consegue dar mais de dez voltas seguidas, em solo internacional, disputando com pilotos que figuraram na F-3 euro e na GP3. Tudo o que sei é que ganhei mais um piloto para stalkear nessa pré-temporada, e qualquer novidade podem ter certeza que sairá por aqui!!

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