Apesar das duas vitórias de Garett Grist e , o Uruguaio se sagra campeão após mais dois resultados consistentes e traz o Uruguai abaixo.



O campeonato mais equilibrado do Road to Indy terminou como geralmente os campeonatos mais equilibrados terminam: o piloto que teve os resultados mais consistentes durante o ano foi o vencedor, num campeonato que teve muitos MUITOS personagens.


Mas falemos desses personagens outro dia, em outro post só para isso. Falemos primeiro dos treinos.


Foram dois dias de treinos para essa última etapa em Laguna Seca, com uma sessão pela manhã e outra à tarde.


Dessa vez a Team Pelfrey mostrou a que veio logo de cara, liderando as três primeiras sessões, e fazendo 1-2-3 com Santiago Urrutia, Pato O'Ward e Raoul Owens nas três primeiras posições em um domínio que não se via desde quando Jack Hawksworth estava na equipe, em 2012. Na última sessão de treinos que a Juncos e a Andretti Autosport foram mostrar alguma reação, com Will Owen liderando seguido por Weiron Tan e Garett Grist.



Ainda assim, o tempo feito por Owen não batei o feito por Pato O'Ward ainda na quinta-feira, e o mexicano ficou com o tempo mais rápido dos treinos. Urrutia fez o terceiro melhor, seguido por seu companheiro de equipe, Raoul Owens e por Jose Gutierrez, da Juncos.



Já o brasileiro Victor Franzoni teve muitos problemas, como é bem típico na vida da M1 Racing. Ele conseguiu ir à pista apenas no fim da manhã de quintá-feira, e na sexta os problemas de seu carro voltaram, com ele dando apenas quatro voltas no dia e terminando com o 16º tempo de 19 carros.



O treino calssificatório, realizado no sábado pela manhã, definiria os dois grids da etapa; com a melhor volta valendo para a primeira prova e a segunda melhor volta para a segunda prova.



Durante as primeiras voltas tivemos um susto: Weiron Tan vinha para sua segunda volta à pista quando entrou muito por dentro no Saca-rolhas, tocou nos pneus que ficam depois da zebra e virou seu carro de ponta-cabeça. O piloto estava bem, o carro não sofreu tanto dano e o treino passou boa parte em bandeira vermelha.



No resto do treino, Garett Grist ressurge das cinzas e faz a pole. O canadense que passou quase todo o campeonato apagado, brilhando apenas em Toronto, voltou a aprontar das suas e conseguiu a pole da prova 1 nos segundos finais. Ele dividiu a primeira fila com Santiago Urrutia e deixou seus concorrentes ao título no chinelo, com Alberico em quart/terceiro e Buret em quinto nas duas provas, já que Weiron Tan, ficou restrito ao décimo/oitavo lugar.



Sem muito tempo hábil para treinos na quinta e sexta-feira, o décimo primeiro lugar de Victor Franzoni não foi tão mal negócio, a sessão passou até tranquila pra ele. Pena que a primeira prova não foi assim...

Tempos do treino classificatório. 

Corrida 1

Mais um dia normal nas largadas da Pro Mazda.
Largadas na Pro Mazda são sinônimos de bagunça, e na primeira corrida não foi diferente. Nem tinha saído a bandeira verde ainda, quando Timothé Buret queimou a largada; nisso, toda a primeira linha o seguiu e acelerou, mas daí o francês freou para não queimar a largada (??) e o engavetamento aconteceu. Gutierrez conseguiu frear a tempo, mas Dalton Kellet toca em Gutierrez, vira e toca em O'Ward, pára e é acertado em cheio por Victor Franzoni.  Franzoni para seu carro ali e abandona, O'Ward tem sua asa traseira destruída e volta aos boxes pra abandonar, Buret é punido e vai para o fim do grid na próxima largada.

Após a bandeira amarela infinita, nova largada lado a lado, na volta oito. Buret queima a largada DE NOVO e leva OUTRO Drive thought como punição. Na ponta, Grist consegue se afastar de Urrutia e Alberico. No pelotão mais atrás, Will Owen e Jose Gutierrez seguravam a dupla da Andretti (Weiron Tan e Dalton Kellet) para assegurar seus postos no Top 5.

Mas houve mais apenas seis voltas depois da bandeira amarela, e Garett Grist vence! Urrutia passa bem próximo em segundo e OPA! Neil Alberico fica parado na pista faltando três curvas pro fim e perde o terceiro lugar!

Will Owen passou a linha de largada/chegada em terceiro, com Gutierrez e Tan logo atrás.
Resultados e pódio: Grist "felizão' por ter ganhado.

Corrida 2

Na última corrida do ano, o novo campeão Santiago Urrutia largou na ponta, seguido por Grist, Alberico, Owen, Buret e Florian Latorre.

Victor Franzoni largaria em 11º mas, para finalizar seu fim de semana de cão, seu carro não consegue ficar pronto do atropelamento de ontem antes da largada, e o ano de Franzoni no Road to Indy, infelizmente, terminou dessa forma.
Bandeira verde!!
Largada movimentada para finalizar o ano. 

Grist foi mais esperto no agitar da bandeira verde e pulou na frente antes mesmo de chegarem à curva um, com essa bobeada de Urrutia a primeira fila fica um pouco mais atrás. Alberico consegue passar dessa adversidade e permanece na terceira colocação, mas Buret perde o quinto lugar para Kellet, que largou muito bem.

No fim, Latorre e Tan se tocam quando disputavam a sétima posição, e Latorre acaba na área de escape da curva quatro. Tan tem uma leve torção na sua suspensão dianteira. Bandeira amarela.
Bandeira amarela de novo.
Duas voltas depois, bandeira verde novamente. Grist e Urrutia começam a abrir diferença ainda na primeira volta, mas tivemos nova bandeira amarela quando Raoul Owens se envolve em um toque no hairpin. O carro #80 da Team Pelfrey vira de ponta-cabeça na área de escape e o piloto se machuca um pouco no ombro, mas sem maiores riscos.

Volta oito, falando dez minutos pro fim, bandeira verde! Grist e Urrutia abrem um pouco do pelotão, liderado por Alberico, Owen e Kellet. O destaque nessa parte da prova é Pato O'Ward. O Mexicano largou em 14º, mas se deu muito bem nas três relargadas e na volta nove ele passa Timothé Buret, assumindo a sexta posição.

Grist e Urrutia iam abrindo de Alberico e Owen, que abriam de Kellet, que segurava todo o resto do pelotão. Até o fim da volta dez, quando Alessandro Latif toca roda com Parker Nicklin e acaba também de ponta-cabeça. Nova bandeira amarela, e dessa vez o piloto não tem ombro de vidro e sai inteiro do carro.

Para dar toques de emoção a um campeonato já decidido, relargada na última volta; entretanto, essa emoção foi meio FAIL, e a quarta relargada não trouxe mais novidades. Grist vence! Seguido do campeão Santiago Urrutia e de Neil Alberico!
Resultados e licença poética, não mostrando o pódio mas a comemoração de Urrutia.
No fim do campeonato, Urrutia leva a taça e o anel (não sei o motivo dos americanos invocarem tanto com anéis) de campeão, além de uma bolsa de US$ 590,300 para comprar escolher uma vaga na Indy Lights o ano que vem.

Detalhe importante: o Uruguai em peso acompanhou a etapa decisiva. O stream oficial (leia-se: um punhado de cãmeras espalhadas sem movimento pelo circuito mais um narrador aleatório) teve média de público na Indy Lights de 400 pessoas, o da USF 2000 tinha eu e os familiares do piloto assistindo, já o da Pro mazda bateu a marca de oito mil pessoas vendo ao mesmo tempo.  Parabéns para o país que acompanhou seu piloto numa decisão de título, mesmo que não seja um supercampeonato e afins.

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