E temos o primeiro brasileiro confirmado no Road to Indy desse ano! A estreia do gaúcho Lucas Kohl na Indy Lights foi confirmada na Belardi Auto Racing.


Foi anunciado nessa segunda-feira (4 de fevereiro, a gente atrasa mesmo, ainda mais em início de temporada) que o brasileiro Lucas Kohl estreará na Indy Lights nesse ano pela Belardi Auto Racing.

O gaúcho de 20 anos começou no Road to Indy em 2016, entrando no primeiro degrau das categorias de base rumo à Indy, a USF2000. Desde então, esteve sempre na categoria, correndo primeiro pela John Cummiskey Racing e, a partir do ano seguinte, dirigindo pela Pabst Racing quando John Cummiskey decidiu parar de dirigir uma equipe para se voltar a sua garagem restauradora de carros antigos.
Kohl, mais branco e com o macacão branco que deixa ele ainda mais branco, estreando na USF2000 em 2016.
Nesse período, Lucas passou pela mudança de chassis da categoria e por um bocado de adaptação, mas o que sempre chamou a atenção foi a regularidade do piloto. No primeiro ano, acabou terminando o campeonato em 12º, tendo como melhor resultado um sexto lugar em Indianápolis Misto 1, girando quase sempre no pelotão intermediário, entre os oito e os doze primeiros. 

No ano seguinte foi para uma equipe mais estruturada, a Pabst Racing e, desconsiderando a tristeza das suas cinco primeiras corridas da temporada, esteve sempre entre os dez primeiros, entrou no grupo dos cinco primeiros mais vezes e conseguiu o seu primeiro pódio em Road America 1, terminando o campeonato no sétimo lugar. 
Lucas teve como melhor resultado no campeonato o terceiro lugar na USF2000 do ano passado.
Já no ano passado permaneceu na Pabst, no quarteto que tinha como missão bater o piloto da Cape Motorsports, Kyle Kirkwood. Mas a combinação de Cape + Kirkwood se mostrou praticamente imbatível, restou brigar pelo segundo lugar do campeonato, o que quase conseguiu, terminando no terceiro posto. O carro melhor da segunda melhor equipe do campeonato, em conjunto a um campeonato disputado e sua maior experiência e regularidade em face aos outros concorrentes lhe premiaram com um terceiro lugar no campeonato. Ele obteve quatro pódios (dois segundos em Mid-Ohio e dois terceiros, um em St. Pete e outro em Road America).

Agora faz a migração direta para a Indy Lights por meio da Belardi Auto Racing. A equipe é sempre classificada como média dentre as equipes que correm na Lights, não conseguindo ter a estrutura de uma Andretti ou Juncos, mas sempre se destaca quando estas equipes não contratam pilotos de maior habilidade para seus cockpits e o orçamento do piloto que está no carro vermelho e branco não acaba no meio do ano. Essa parece sempre uma boa equipe para se começar pois possui uma boa estrutura, não possui grande pressão por resultados, tendo em vista que a equipe é menor que as duas principais equipes do campeonato e, constantemente, não contrata pilotos majoritariamente por dinheiro (os famosos pay drivers). 

Mas o que muitos comentam é sobre a passagem direta da USF2000 para a Lights, sem passar pela Indy Pro 2000 (antigamente chamada de Pro Mazda, antes da categoria se tornar um grupo de Funk da década passada). Há a constante dúvida se Lucas não vai ficar muito para trás no grid sem a experiência da categoria intermediária do Road to Indy, ainda mais para acompanhar o ritmo de Zachary Claman de Melo, piloto canadense que correu dez provas na Indy ano passado e será o companheiro de Lucas na Lights esse ano. 
RC Enerson conseguiu se dar bem nesse movimento de pular a Pro Mazda.
Bem, ao meu ver, as chances de isso acontecer não são muito grandes, e não creio que ter feito o ano passado na Pro Mazda ou entrar nela esse ano não melhoraria muito suas chances na Lights. Depois da mudança dos chassis que ocorreu nos anos anteriores e da premiação esse ano, as duas categorias ficaram consideravelmente próximas tecnicamente falando. Assim, no caso do Lucas, que estava em uma das melhores equipes da USF2000 e em um grid com mais de vinte carros, em uma posição mais favorecida, onde brigou por pódios e vitórias. Caso fosse para a Pro Mazda (ou para a Indy Pro 2000 esse ano) teria de entrar numa disputa ferrenha pelas cinco vagas principais das duas grandes equipes do campeonato ou amargar ficar no meio do pelotão em uma categoria com dez ou doze carros. Ao invés de esperar as estrelas se alinharem na Indy Pro 2000, as estrelas se alinharam na Lights quando a equipe testou com ele e com Victor Franzoni no Chris Griffis Memorial Test, Lucas agarrou a chance e conseguiu a vaga na equipe vermelha e branca.

Mas deve-se ter em mente que o progresso virá com mais de uma temporada. A exemplo de Matheus Leist esse ano, Lucas deve sofrer bastante e comer o pão que o diabo amassou em 2019 para poder colher frutos nos anos seguintes e conseguir subir à Indy. 

O esquema de subir da USF2000 não deu certo para Garth Rickards, mas deu certo para RC Enerson, que correu uma prova na Indye tá testando até hoje na categoria e é cogitado na Carlin esse ano. No fim, com as condições atuais das categorias, pular da USF2000 para a Lights não se mostra muito menos sofrido que pular da Indy Pro 2000 para a Lights.

Boa sorte ao Lucas! Só toma cuidado que o início da temporada na Lightstem mais provas que nas outras categorias...



Pilotos confirmados na Indy Lights:

Andretti Autosport:

Belardi Auto Racing:

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