Uma das principais equipes da principal categoria de acesso à Indy revelou seu quarteto para a temporada 2018 e acabou seguindo o mesmo padrão dos últimos anos: dois pilotos muito bons e dois pilotos não-tão-bons-assim.
Os pilotos de 2018 são quase os mesmos pilotos de 2017. Pobre Nico Jamin...
Anunciados semana passada (4 de janeiro, cedo pra caramba) toda a esquadra da Andretti Autosport, e da forma mais estranha possível em um press release. Dos quatro pilotos de 2017 para este ano houve apenas uma mudança, a de Pato O'Ward no lugar de Nico Jamin no #27 e, no texto enviado pela equipe, exalta-se o tempo todo a nova contratação e mencionando apenas nas linhas finais algo como "ah, também continuamos com os outros três pilotos do ano passado na equipe, vls flws".

Vamos fazer diferente deles e vamos comentar sobre cada um dos quatro pilotos, começando pelo novato na equipe:

Pato O'Ward

Pato ganhando as 24 horas de Daytona na categoria dos computadores.
Primeiramente, não, ele não se chama Pato. Ele se chama Patrício, é mexicano e já fez uma pá de coisas para alguém com apenas 18 aninhos. Foi para os EUA após a carreira não se desenvolver muito na Europa, onde não conseguiu ascender mais do que a Fórmula 4 Francesa. Nos EUA, entrou na Team Pelfrey em 2015, fez duas temporadas da Pro Mazda, onde se sagrou vice-campeão em 2016, perdendo o título na última etapa em Laguna Seca. Subiu no ano passado para a Indy Lights, mas disputou apenas as duas primeiras etapas e, por falta de dinheiro, teve de abandonar não só a categoria, como o automobilismo de monopostos.

Migrou para o endurance aos poucos, entrando para o WTSCC (ex-USCC, ex-TUSCC, resultado da fusão da ALMS com a Rolex) na classe dos protótipos e vencendo sete das oito etapas do campeonato, incluindo as 24 horas de Daytona e as 12 horas de Sebring. Pato O'Ward foi o piloto mais jovem da era moderna do encurance americano a se sagrar campeão.

Agora, com o apoio da Andretti, o mexicano volta a Indy Lights para recomeçar seu caminho nos monopostos; e ele deve agarrar essa oportunidade com unhas e dentes, pois ele não possui muitos patrocinadores pessoais. Para ele só interessa o título.

Colton Herta

Um é o piloto e o outro é um dos sócios da equipe. Ambos continuam.
O outro grande favorito da equipe, o filho de Bryan Herta mantém o mesmo acerto que teve no ano passado, com o #98 da equipe dividida entre Andretti Autosport e a Steinbrenner Racing.

Herta debutou bastante cedo nos monopostos, quando entrou na USF2000 aos 13 anos (ele nem pode pilotar nas primeiras provas, pois pilotos com menos de 14 anos não podem pilotar carros competitivos nos EUA). Apesar do ano sem grandes resultados, Herta se voltou para a Europa, disputando a F-4 Inglesa e a EuroFormula Open, para servir de preparação e rumar direto para a Indy Lights, pulando a Pro Mazda. Essas coisas que garotos ricos fazem.

No ano passado o filho de Bryan Herta voltou para os EUA no ano passado e deixando claro o caminho que pretende seguir: Colton entrou no carro #98 da Andretti Autosport na Indy Lights, visando o carro #98 da Andretti Autosport na Indy principal. Apesar de ganhar duas provas no início da temporada, a segunda metade do campeonato foi melhor para o piloto de 17 anos, onde conseguiu ser bem mais regular em seu desempenho e terminou o campeonato no terceiro posto.

Muito se esperava que ele entrasse na Indy esse ano mesmo, principalmente porque ele foi o único dos quatro primeiros colocados da Lights (cinco, caso os esforços da Zachary Clamande Melo derem frutos) a não pilotar na Indy nesse ano, e também por vagar um carro na Andretti Autosport com a saída de Carlos Muñoz. 

Mas fazer o quê, teremos de conviver com Zach Veach na Indy principal e Colton Herta na Lights.

Ryan Norman

Olha o tamanho dessa testa...
Na parte dos pilotos onde avaliamos com maior descrença em seus resultados, temos Ryan Norman. Depois de ganhar a F-Atlantic em 2016 e se cansar de correr nas categorias sancionadas pela SCCA (Sport Car and Club America), Norman entrou na Indy Lights no ano passado, pelo #48 da Andretti Autosport. Não foi propriamente bem onde, tirando alguns lampejos dados em pistas que já tinha corrido, como Road America e Mid-Ohio, era um dos integrantes do pelotão do desespero.

Entretanto, o americano de 19 anos conseguiu se garantir para uma segunda temporada. Ele ainda é uma incógnita, pois, apesar do desempenho abaixo do esperado no ano passado, ele foi consistente durante todo o ano e, caso acerte a mão do carro nesse ano, essa estabilidade pode levá-lo lá pra cima.

Ou não.

Dalton Kellett

Affff...
Sétimo ano no Road to Indy, dois de USF2000, dois de Pro Mazda e, agora, vai para o terceiro de Indy Lights. Sempre em equipe de ponta.

92 corridas. Zero vitórias.



E essa será a Andretti na temporada 2018 da Indy Lights, uma esquadra padrão da equipe nos últimos anos, com duas grandes promessas, uma incógnita e Dalton Kellett. No aguardo do line up da Carlin e também se Urrutia e Claman de Melo conseguem subir. Até lá!



Pilotos confirmados:

Andretti Autosport/Steinbrenner Racing


Belarid Auto Racing


Um comentário:

  1. Urrutia irá para Indianapolis na próxima terça para definir o que fará neste ano. Aguardamos.

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