por Rafael Marinho. Parte 1 do início dos tempos aqui.

O “Templo da Velocidade”, que batizaram de “Indianapolis Motor Speedway”, jamais mudou seu traçado retangular e, desde a inauguração, tem a seqüencia de 4 curvas intacta. Algumas outras lendárias pistas ao redor do mundo já modificaram diversas vezes seus traçados (por inúmeros motivos, ressalto) e foram perdendo aos poucos trechos importantes de suas características mais interessantes.

Ali, com esse traçado simples, os integrantes da emergente indústria automotiva da época (europeus e americanos) duelavam para atingir as velocidades máximas dos seus carros; também foi por isso que assistir a essa busca por velocidades cada vez mais extremas evoluiu junto com a fama do evento.
Clark rindo da cara dos americanos.
A outrora distante (e surreal) barreira das 150 Milhas (ou 240 km/h) chegaria aos anos 60 pronta para ser destruída. E isso acontece logo no começo da década, sendo a lenda careca Parnelli Jones, em 1962, o autor das 150.370 mph (ou 241.997 km/h). É considerada a década mais selvagem em inovações na Indy, com os carros usando turbina, a melhoria da borracha durante a guerra de pneus promovida por Goodyear e Firestone e o primeiro uso generalizado de turboalimentação só poderiam empurrar as velocidades para o topo!

O salto de velocidade entre a pole de Parnelli Jones de 1963 (151.153 mph ou 243.257 km/h) e a pole de Jim Clark de 1964 (158.828 mph ou 255.609 km/h) impressiona qualquer um. O avanço de 7 milhas na média de velocidade, que demorava quase uma década para acontecer, foi reduzida para 12 meses. Jim Clark e seu carro de motor traseiro definitivamente transformariam o Templo da Velocidade para sempre.

Foyt bicampeão ainda.
Já em 1965, A.J. Foyt marca a pole para além de 160 mph usando um Lotus-Ford de motor traseiro: mais precisamente 161.233 mph (ou 259.479 km/h). Mario Andretti faria duas poles seguidas em 1966 e 1967, mas nenhuma rompendo as 170 milhas. Tal proeza caberia a outra lenda sessentista da Indy: Joe Leonard. Em 1968, Leonard crava a pole das 500 Milhas e de quebra rompe a barreira das 170 mph: 171.559 mph (ou 276.097 km/h). E os anos 70 nem haviam começado!

O primeiro grande salto nas velocidades da sétima década do século passado ocorreria já em 1971 com Peter Revson e suas impressionantes 178.696 mph (ou 287.583 km/h), um aumento de velocidade similar ao que Jim Clark conseguiu diante do tempo da Parnelli Jones. Era questão de tempo até que a nova geração de carros de Indy, incrementada com aerofólios e muitos HPs de potência, triturassem a barreira das 180 Milhas, certo?

Bobby Unser mostrando que tem mais Unsers importantes.
Errado! Em 1972, Bobby Unser registra o maior salto de velocidade que o Templo havia registrou até hoje: o Tio Bobby cravaria a pole com chocantes 195.940 mph (ou 315.335 km/h)! Não existiu tempo e espaço para a barreira 180 milhas em Indianapolis. Dessa forma, a inimaginável barreira das 200 milhas passou a ser uma possibilidade realizável para todos os espectadores e pilotos setentistas das 500 Milhas quando no ano seguinte Johnny Rutherford atingiu 198.413 mph (ou 319.315 km/h).

E ninguém melhor que o lendário Tom Sneva para destruir a barreira das 200 Milhas no Templo da Velocidade extrema. Foi em 1978, usando um Penske PC-6 com motor Cosworth, com sensacionais 202.156 mph (ou 325.339 km/h). Esse seria o recorde da década de 70.

Na década oitentista, se estabelece o reinado de poles de Rick Mears. O piloto de Wichita, durante sua segunda pole na pista sagrada, destrói o recorde de Sneva no ano de 1982 com uma velocidade espetacular de 207.004 mph (ou 333.141 km/h). A Indy dos anos oitenta ficou marcada pelo nível elevado de downforce nos carros (comparando com os anos setenta) e muito dinheiro sendo investido na categoria para desenvolvimento de amortecedores e pneus, isso teve como conseqüência o aumento significativo das médias de velocidade.
No fim dos anos 70 começaria  a dinastia dos carros Penske nas quebras de recorde.
As quebras de recordes se tornaram assim uma constante nessa década: o italiano Téo Fabi faz 207.395 mph (ou 333.770 km/h) em 1983; outra vez Tom Sneva quebra um recorde em Indianapolis marcando 210.029mph (ou 338.009 km/h) em 1984; o americano Pancho Carter em 1985 consegue 212.583 mph (342.119 km/h), e Rick Mears fecharia a década com três recordes destruídos consecutivamente: em 1986 ele crava 216.828 mph (348.951 km/h), em 1988 Mears faz 219.198 mph (ou 352.765 km/h) e em 1989 ele atinge a satânica marca de 223.885 mph (ou 360.308 km/h) e a barreira das 220 Milhas estavam destroçadas antes da nova década.

Emerson Fittipaldi entraria nos anos 90 com o titulo das 500 Milhas de 1989, o título do Campeonato da Indy de 1989 e... Bem, deixamos para um capítulo final!

2 comentários:

  1. Ótimo post, gera uma certa nostalgia lembrar de um tempo quando a Indy reinava absoluta no território yanke e batia de frente com a máfia da F-1. Acho que hoje a Indy não tem nem 10% da importância e charme que teve até 1995, mas continuo fã.
    I Am Indy!!

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  2. ainda prefiro os carros sem aerofolios , tanto da f1 , ate 1970 , como da indy

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