Os treinos de sábado e domingo são únicos e tendem a ser confusos com os meandros de várias pequenas regras. Acompanhe quais são essas regras!
Será que James Davison vai chorar novamente se ele se classificar para as 500 milhas desse ano?
Os treinos qualificatórios das 500 milhas de Indianápolis costumam ser um show a parte no mundo da Indy. A loucura de saber os 33 classificados a compor o grid das 500 milhas mais famosas do mundo, bem como de saber quem será o pole que ganhará a bagatela de cem mil dólares.

Nesse ano temos novidades com comparação com o ano passado. Serão dois dias de classificações, vejamos dia por dia:

Sábado

No sábado o treino tem seis horas e cinquenta minutos, e é usado para separar os pilotos em três grupos: os nove primeiros vão para o domingo disputar o Fast Nine Shootout onde o melhor do domingo será o pole position das 500 milhas desse ano e ganhará a bagatela de cem mil dólares; os pilotos que ficarem da décima a trigésima posições não disputam mais nada nas qualificações, e tem suas posições fixas no grid para o domingo que vem; e, os pilotos que fizeram tempos abaixo do 30º vão disputar a última fila no Last row Shootout.
O resultado de sábado: os pilotos em vermelho disputam o Fast nine Shootout, os prateados já tem suas posições de largada definidas no sábado e os em bege disputam o Last row Shootout.
Durante todas as seis horas e 50 minutos os pilotos podem ir para a pista fazer tentativas quantes vezes quiserem, desde que a mesma esteja vazia. Não são permitidos dois pilotos fazerem tentativas ao mesmo tempo, para impedir a formação de vácuo e que um atrapalhe o outro. Para regulamentar essa entrada na pista existem duas fases no treino, no começo a ordem de entrada dos pilotos na pista para sua primeira tentativa é pré-definida e, depois, é feito um sistema de filas.

No começo do treino, os pilotos entram na pista um a um seguindo uma ordem que foi sorteada na sexta, logo após o fim do Last row Shootout. Durante as qualificações, os pilotos podem usar dois carros diferentes, um principal (em preto na tabela de sorteio) e um reserva, em caso de problemas ou opção da equipe. Depois, no fim do treino de sábado, apenas a tentativa do melhor carro de cada piloto permanece, e ele não poderá usar um segundo carro pelo resto do evento.

Assim, quando chegar a vez do piloto, ele tem a opção de ir a pista e fazer sua tentativa ou não ir a pista e pular sua vez. Muitas vezes os carros ainda estão sendo aprontados para a qualificação ou a equipe pensa que aquele não é o momento certo para ir pra pista (por estar muito quente ou ventando muito) e pula sua vez, economizando pneus.

Errata: os carros 2T e 81T, de Josef Newgarden e Ben Hanley, são carros reserva e deveriam estar em cinza.
Como a pista costuma estar um pouco mais fria e, segundo a previsão do tempo, estará ventando menos e com menos chance de chuva no começo dos treinos, ir a pista primeiro sempre traz vantagens. Ou seja, Conor Daly, Spencer Pigot, Alexander Rossi, Ed Carpenter e Sebastien Bourdais se deram melhor no sorteio e vão começar o treino. Tony Kanaan também se deu bem e será o sexto a ir pra pista, enquanto Castroneves e Leist não se deram tão bem e serão o 25º e o 30º a ir pra pista, respectivamente.

Importante salientar que os resultados de sábado se tornam oficiais a partir do momento que todos os carros foram chamados para entrar na pista e, assim, tiveram pelo menos uma chance de ir a pista para fazer tentativas de qualificação.

Depois que todos os 36 carros foram chamados segundo a ordem de sorteio, cada um pode ir novamente a pista ou não. Caso optem, eles tem de entrar em um sistema de fila, que determinará quem terá o direito de ir a pista tentar se classificar naquele momento.
Esta é a linha rápida. Ma esquerda está a linha lenta.
Para isso, são feitas duas filas: uma normal (chamada de Normal Lane, não sei porquê) e uma preferencial (chamada de Fast Lane). Os pilotos da linha preferencial tem vantagem sobre os pilotos da fila normal, já que quem está na fila normal só pode ir a pista se não houver ninguém na fila preferencial.

No entanto, entrar na fila preferencial tem uma consequência pesada: quando você entra na fila preferencial, você passa a não ter tempo nenhum, pois são todos apagados; assim, caso você entre na fila preferencial e faça um tempo pior do que tinha anteriormente, esse será seu novo tempo. Os pilotos da linha normal devem esperar os pilotos da fila preferencial terminarem suas tentativas, mas os tempos que eles obtiveram até aquele momento da classificação não são apagados e, caso eles errem e façam um tempo pior que o anterior, o melhor tempo é levado em consideração para a classificação.

Essas duas filas são o principal fator, fazendo com que mesmo carros que sejam bons mas erraram em sua primeira tentativa e tenham que fazer melhores tempos acabem caindo. Se você for para a fila preferencial tem o óbvio risco do tudo ou nada, e deve-se ter muita confiança ou muito desespero para entrar nela mas, se você realmente precisando fazer um tempo melhor, principalmente no fim do treino, ela é a melhor opção, pois a fila normal costuma ser muito ocupada pois quase todos os pilotos querem fazer novas tentativas mas não querem perder os tempos que obtiveram. Muitos dizem que uma das principais causas de James Hinchcliffe ser desclassificado e não correr as 500 milhas do ano passado foi pela demora da Schmidt-Peterson em colocar o canadense na fila preferencial e ele fazer apenas duas tentativas durante o treino todo.

Pois bem, quando atingimos o horário das seis horas locais, sete horas no horário de Brasília, ouve-se o tiro de encerramento (sim, o sinal de fim do treino é um dos diretores de prova que sobe ao pódio do Indianápolis Motor Speedway e dá um tiro pro alto, explico o porque disso depois), são definidos os três grupos.
Diretor de prova dando o tiro pro alto no Bump Day de 2010, enquanto Jay Howard não se classificava.

Domingo

No domingo teremos um monte de treinos livres e apenas dois treinos classificatórios, ambos de uma hora.

Primeiro acontece o Last row Shootout (das 13h15 as 14h15 no horário de Brasília). Nele, os seis últimos colocados do treino do sábado brigam pelas três vagas finais na pultima fila das 500 milhas de Indianápolis (ah sim, as filas em Indianápolis de três carros ao invés de dois, como nas outras pistas).

Cada um dos seis pilotos terá apenas uma tentativa de fazer um dos três melhores tempos, seguindo novamente a ordem do sorteio realizado na sexta-feira: quem dos seis deu sua volta primeiro no treino de sábado dará primeiro sua volta no domingo, caso o piloto tenha optado por não andar na sua primeira tentativa do sábado a ordem do sorteio será absoluta e valerá para o Last row Shootout. Não há a formação de duas filas, apenas uma.

Assim como no sábado, o piloto pode optar por não ir a pista naquele momento (pelo menos até segunda ordem da direção de prova) e ir mais tarde a pista. Porém, normalmente, não se faz isso pois a pista está em melhores condições no início dos treinso e, em uma hora, o tempo não muda tanto assim nesses casos.

No fim da uma hora, ou depois dos seis pilotos terem feito tentativas, é declarado o fim do Last row Shootout e os três melhores colocados entram no grid das 500 milhas de Indianápolis, ganham suas premiações (31 centavos de dólar para o 31º, 32 centavos de dólar para o 32º e 33 centavos de dólar para o 33º), uma jaqueta amarela e um convite para a Last Row Party (Festa da última fila), que acontece em homenagem aos três pilotos na quinta-feira antes das 500 milhas.

Logo após o Last row Shootout (das 14h15 as 15h15 no horário de Brasília) acontece o Fast Nine Shootout. 

A exemplo do Last row Shootout, cada piloto tem apenas uma tentativa de ir à pista. No entanto, diferente do treino anterior e do Last row Shootout, o piloto é obrigado a ir a pista naquele momento a pista e fazer sua tentativa e, caso desista será o último colocado do treino e terá o nono lugar no grid.

O fast Nine Shootout, ao contrário dos outros treinos terá sua ordem decidida pelo treino feito de sábado e não pelo sorteiro de sexta-feira. O piloto que fez o pior tempo dos nove classificados vai a pista primeiro, depois o oitavo, o sétimo, e assim indo até o piloto que fez a melhor tentativa no sábado fará sua tentativa para a pole no domingo.

É importante dizer que tanto o Last row Shootout quanto o Fast Nine shootout podem ser interrompidos pela chuva ou por raios. Nesse caso, a decisão do adiamento ou cancelamento desses treinos fica totalmente a cargo da direção de prova e, caso isso venha a acontecer e tenha ainda algum piloto que não tenha feito sua tentativa, ele fica com o tempo zerado e a classificação utilizada são os tempos feitos na qualificação do sábado.

Assim, o resultado desse treino é levado as três primeiras filas do grid das 500 milhas de Indianápolis, e o melhor desse treino é o pole das 500 milhas desse ano.


Na tentativa do ano passado da Pippa Mann, temos o diretor de prova, em cima, dando a bandeira verde e, na mureta lá embaixo, Dale Coyne dando a bandeira verde.
Agora sim, vamos comentar sobre como ocorrem essas tentativas. 

Quando um piloto está em sua vez e é liberado para ir para a pista, ele tem o direito de fazer duas voltas de aquecimento (podendo ser três caso a direção de prova escolha assim), e quatro voltas em velocidade total. A primeira dessas voltas de aquecimento é usada para aceleração, onde o piloto passa a volta toda acelerando até atingir a velocidade de cerca de 220 mph na reta principal; a segunda volta de aquecimento é usada para que o piloto possa perceber as condições da pista, a aderência das curvas e, principalmente, a direção do vento e como isso afeta o carro. A terceira volta de aquecimento normalmente é usada a pedido dos pilotos para a direção de prova, em casos que a mudança climática é muito grande, como no fim ou na chegada de uma chuva ou num aumento muito grande de temperatura ou velocidade do vento.

Depois das duas (ou três) voltas de aquecimento, o diretor de prova balança a bandeira verde e a tentativa começa a valer. O piloto ou a equipe pode abortar a tentativa até a passagem do piloto para fazer a terceira volta e, para sinalizar que o piloto/equipe abortaram a tentativa, um membro da equipe (geralmente o dono ou o engenheiro principal do carro) que, durante toda a tentativa de seu piloto fica no muro da reta principal, próximo a torre de tempos, agita a bandeira amarela, e o piloto pode abortar sua tentativa indo para os boxes naquela volta.

Caso o pilot não aborte, ele recebe a bandeira branca para sinalizar quando é sua última volta da tentativa e também recebe a bandeira quadriculada, assinalando o fim de sua tentativa. Depois disso ele deve voltar para os boxes imediatamente com o carro o mais próximo da linha de dentro possível, a fim de não atrapalhar o próximo piloto a fazer sua tentativa.

O resultado da tentativa é dado pela média dos tempos das quatro voltas dadas pelo piloto, e esse resultado é utilizado para classificar ou não o piloto na tabela de tempos, e isso compõe uma tentativa de classificação para as 500 milhas de Indianápolis, tanto no sábado quanto no domingo.

Ah sim, a questão do tiro. Além do teor tradicional que o tiro carrega desde o início do século passado, quando eram dados tiros tanto para marcar a largada quanto para marcar a chegada das primeiras corridas americanas, tem como motivo usar um sinal único para não confundir todos que assistem. A bandeira quadriculada é agitada um monte de vezes durante os treinos e, uma agitação a mais ou a menos ninguém nota e, se apenas agitassem a bandeira quadriculada para marcar o fim do treino, é capaz ue muita gente não percebesse que o treino acabou. 

Assim, quando se ouvir um tiro durante as 500 milhas, já sabe que o treino acabou.

Bem, é isso. Caso haja mais alguma dúvida basta colocar nos comentários, seja aqui ou no facebook, que a gente pesquisa e traz a resposta o mais breve possível.

Avel Ressaltar que o IndyCarCast fará ao vivo a cobertura dos treinos tanto de sábado quanto de domingo. Caso queira acompanhar, basta fazer que nem nós e seguir eles no YouTube. Até mais!!

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