Após um 2015 complicado e cheio de migrações, Victor Franzoni tinha a dura missão de continuar no automobilismo americano apesar da falta de recursos financeiros. E ele conseguiu! Bem como conseguimos uma entrevista com ele.

A temporada passada foi especialmente complicada para Victor Franzoni. No fim de 2014, o paulista continuaria na Afterburner, equipe que proporcionou a sua temporada de estreia e enfrentou uma série de problemas durante a temporada de 2014, iniciando a temporada com quatro carros (incluindo três brasileiros: Franzoni, Gustavo Myasava e Felipe Donato) e, em certas etapas, tendo apenas Franzoni pilotando pela equipe.

Temporada de estreia na Afterburner, em 2014.
No ano passado a equipe teria o trabalho de se reerguer, pautada na experiência tanto do piloto quanto dos engenheiros envolvidos. Num grid de apenas cinco pilotos que não faziam sua estreia na USF2000, a experiência de Franzoni faria muita diferença. E fez. Logo no Winterfest, extinto torneio de inverno da USF2000, Franzoni venceu duas provas, mas foi desqualificado em uma delas; na segunda etapa já conseguiu uma vitória em NOLA-2. Franzoni e Afterburner estavam na terceira posição do campeonato, mas uma terceira desqualificação pela mesma falta fez a INDYCAR suspender a equipe por três etapas. como resultado, não vimos Afterburner nas corridas de Indianápolis e na rodada dupla de Toronto, e também não vimos mais Franzoni na Afterburner.

Hora de mudar, e Victor acaba em novas paragens. Ele acerta uma acordo com a M1 Racing para correr na Pro Mazda, numa época em que ela ainda era aquela coisa louca de sempre. A despeito da estrutura muito pequena da equipe, em cinco etapas e nove provas disputadas, conseguiu ficar três vezes entre os cinco primeiros e se posicionando nas dez primeiras posições em todas as provas que não houveram batidas ou quebras. Para uma equipe com a estrutura pequena da M1, resultados memoráveis.

O carro do pai dele no Old Stock Race.
Entretanto, apesar desses resultados, as coisas continuavam muito difíceis. Sem apoio financeiro, mesmo com seus bons resultados, ficava cada vez mais difícil avançar, principalmente pelos custos aumentando tanto na USF2000 quanto na Pro Mazda, as chances de termos o brasileiro correndo por aí nos EUA não eram das melhores. Eu já estava no canto do meu quarto, pensando que eu havia azarado outro brasileiro do Road to Indy, pois já havia visto o filme de "estreia em boa equipe --> vai para a M1 --> não corre mais" outras duas vezes; já estava resignado em ver as fotos dele nas redes sociais só correndo de Kart ou engajado no projeto de seu pai, Fábio Franzoni, em correr de opala no Brasil.

Mas meu queixo foi ao chão quando vi a lista de participantes da primeira etapa da temporada regular desse ano e ver o nome de Victor Franzoni no #9 da ArmsUp Motorsports. Após recolher os restos de meu cérebro da parede, fomos procurar o que aconteceu, e <3 Eduardo Costa <3, do Indycar da Depressão, conseguiu fazer uma entrevista com Victor Franzoni. As perguntas que fizemos estão assinaladas com ICBR, enquantos as respostas de Franzoni estão assinaladas com VF (não sabia as cores preferidas dele, então coloquei de roxo mesmo:

ICBR:  Com as dificuldades que você teve desde o fim da temporada passada, como foram as negociações para voltar ao Road to Indy esse ano?

VF: As negociações com a ArmsUp foram feitas em cima da hora. Uma semana antes da primeira etapa da temporada desse ano, em St. Pete, eu não tinha acerto algum para correr. Entretanto, nos últimos momentos, conseguimos entrar em acordo com a ArmsUp Motorsports e iniciar a temporada juntos. Esse acerto em cima da hora chegou até a complicar um pouco nossa primeira etapa, pois não tivemos tempo de treino antes de chegar para a primeira etapa e sofremos um pouco em St. Pete, mas já em Barber estávamos muito melhores.

ICBR:  Mas já havia algum tipo de aproximação ou contato entre você e outra equipe ou esse contato de última hora com a ArmsUp foi o único da temporada?

VF: Na verdade não, eu já mantinha certo contato com a equipe e, felizmente, conseguimos acertar tudo para essa temporada.
Volta ao pódio, em Barber.
A ArmsUp Motorsports é uma das equipes mais simpáticas e tradicionais do certame da USF2000, correndo desde o final dos anos 90. Ela é uma típica equipe de meio de grid, principalmente agora, com o gigantesco das provas atuais da USF2000. Entretanto, durante toda a pré-temporada, a equipe de Gregg Borland ficou no mais absoluto silêncio e surgiram rumores (no twitter, super confiável...) até de que a equipe iria fechar suas portas até que, no primeiro PR do ano da equipe, apresentado um dia depois após a divulgação da lista de inscritos para a primeira etapa, estava o anúncio oficial de Max Hanratty e a entrada de Victor Franzoni para a equipe.

ICBR: E o acerto entre você e a ArmsUp possui um prazo para acabar? Podemos ter esperanças de te ver fazendo a temporada completa por ela?

VF: O nosso plano inicial é para completar a temporada sim, enquanto conseguirmos manter o rendimento e conseguirmos levar, nós vamos correndo. Até o momento estamos planejando corrida a corrida, mas, por enquanto, tudo vai correndo nos conformes e se tudo der certo e eu disputar o título, nós vamos avançando.

ICBRE, já falando dessa temporada, como você avalia esse início em St. Pete e em Barber?

VF: Para essa temporada estou confiante, pois tenho um bom carro em mãos. Na primeira etapa estávamos um pouco lentos e tive muito azar, principalmente pelas batidas e rodadas a minha frente, que me obrigaram a para o carro e perder muito tempo. Em Barber já estávamos muito melhores, conseguiu um maravilhoso segundo lugar na prova 1 e na segunda prova tínhamos tudo para repetir o pódio, mas acabei tendo um toque com o segundo e o terceiro colocados, acabei rodando e terimeni a corrida em nono lugar.

Mas estou bem confiante na disputa pelo título. Não estamos muito longe dos ponteiros (Franzoni está em sexto no campeonato com 61 pontos, 30 pontos atrás do líder, Parker Thompson), temos um bom equipamento e creio que já gastei todo meu azar! Agora é repetir o bom trabalho que fizemos em Barber, chegando frequentemente no pódio que temos grandes chances de título!

ICBR: Para finalizar, qual sua expectativa para essa temporada, principalmente agora que ela está com o grid cheio?

VF: Espero ser campeão! Apesar do grid bem cheio esse ano nas provas, o que deixa a categoria mais competitiva e forte, estamos no caminho certo e temos ótimas chances de sair com o caneco!

E assim todos esperamos! A terceira etapa do campeonato acontece no circuito misto de Indianápolis, nesse fim de semana. Os horários desse fim de semana estão aqui. 

Caso queira acompanhar mais de perto a vida de Victor, ver o opala dele e de seu pai e outras efemeridades, aqui tem o perfil dele no facebook, aqui o perfil dele no twitter e aqui o instagram dele. E podem ficar tranquilos, a cada fato que inclua Victor Franzoni ou os outros pilotos do Road to Indy (Lucas Kohl, Felipe Ortiz que, por enquanto, está desaparecido momentaneamente, e André Negrão, que é impossível de estabelecer contato) reportaremos aqui no Indy Center Brasil, até!

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