O gaúcho de 17 anos começa sua nova jornada nas terras do tio Sam, e não perdemos a oportunidade de saber mais detalhes sobre sua preparação, expectativa e tudo acerca desse novo passo em sua carreira.
Gostei dessa foto, ele tá quase sorrindo e tal... (roubei de seu site, lucaskohl.com)
Lucas, até 2013, tinha toda sua carreira pautada mais nos karts, até o ano retrasado, quando entrou na Fórmula Júnior. Na temporada de 2014, Lucas se sagrou campeão da Fórmula Júnior, vencendo metade das provas da categoria.

Após esse início, o mancebo mirou entrar nos Estados Unidos, mais exatamente na USF2000. Para tal, voltou a focar no Kart, entrou no campeonato gaúcho de endurance, conseguiu contato com Roberto Pupo Moreno, acertou com a John Cummiskey Racing e outras coisas que citaremos nessa entrevista!
É meio óbvio mas é importante dizer: ICBR destaca as perguntas feitas pelo Indy Center Brasil, e Kohl destaca as respostas dadas por Lucas Kohl.

ICBR: Normalmente, quando um piloto brasileiro decide pela carreira internacional, segue um dos dois caminhos: as corridas europeias ou americanas. Porque tu escolheu os Estados Unidos para seguir carreira? Era sua primeira opção, o que desejava?
Kohl: Sim, sempre gostei muito do automobilismo norte-americano por ser um caminho mais definido, sabe por onde seguir. Além disso, há a oportunidade de bolsas para os campeonatos e mais chance de patrocinadores te observarem. Também gosto muito de assistir corridas em ovais, sempre me atraiu bastante e isto também influenciou bastante na decisão de que caminho tomar.
Fórmula Júnior, no RS.
ICBRVocês fez toda a base de sua carreira (com exceção ao kart) em categorias mais locais do sul do país. Foi uma opção mais sua? Você crê que esse fator faz sua adaptação à carreira internacional ser diferente das demais?
Kohl: Sou do Rio Grande do Sul e, por termos quatro autódromos muito bons e com estilos bem diferentes, o estado nosso automobilismo local é muito forte, então realmente não senti necessidade de sair de lá. A única exceção foi realmente o kart onde, ano passado, já visando a preparação para a USF2000, fiz vários campeonatos de kart em São Paulo, onde a competição é extremamente alta. 

ICBRNo ano passado você também participou de quase todas as etapas do campeonato gaúcho de endurance. Essa diversificação te ajudou no modo de pilotar e pode ser um diferencial interessante nesse ano na USF2000?
Kohl: Correr no endurance me ensinou a ter paciência de negociar ultrapassagens, saber economizar o carro e sentir a hora certa de tirar o máximo, mas como nosso foco realmente era a preparação no kart, esta parte da endurance foi voltada para não me deixar afastado dos carros e tive a oportunidade de dividir o carro com o meu pai, o que foi realmente muito legal. 
Cara de que está entendendo tudo que o Moreno diz.
ICBRRoberto Pupo Moreno vem sendo seu coach nessa nova parte de sua carreira, como se deu esse contato com ele e como vem sendo esse treinamento?
Kohl: Conheci o Roberto através de outro piloto em 2014 quando corria na fórmula Júnior, onde começamos nosso trabalho. Ele me aconselhou focar no kart ano passado e foi o que fizemos e continuamos trabalhando nesta parte. É muito bom ter ele e sua enorme experiência que tem vem me ajudando muito nesta parte por perto, principalmente no meu ano de estreia, onde o tempo de pista será extremamente curto nos finais de semana de prova e terei que aprender todas as pistas muito rápido.

ICBRPor falar em treinamento, a condição física precisou/precisa mudar muito do que era antes agora para a USF2000?
Kohl: Sempre fiz preparação física para as corridas mas a partir do momento que definimos que o foco seria vir para os Estados Unidos comecei um trabalho físico mais intenso. tenho um treinador aqui em Miami que me ajuda nesta parte e quando estou em Indianápolis trabalho com uma academia de pilotos de lá. A parte física é uma coisa que realmente não pode deixar a desejar, como piloto tento me manter sempre na melhor forma física possível para que durante os finais de semana de corrida isto não me atrapalhe e eu consiga focar no trabalho do carro e da pista que já são coisas muito difíceis.

ICBRVocê irá morar nos EUA? Como vai sendo a adaptação em um país diferente?
Kohl: Por enquanto vou morar em Miami, mas como já passamos aqui a maior parte do ano isto não significa muita coisa. A adaptação vem sendo bem tranquila, o Roberto também está me ajudando com esta parte, pois ele mora aqui a bastante tempo, e também tenho o plano de começar a estudar mais para o final do ano.

ICBRPara iniciar sua carreira nos EUA, como foi? Como chegou a acertar com a John Cummiskey Racing? Chegou a contatar e negociar com outra equipe?
Kohl: Junto com o Roberto e com o meu pai, que administra minha carreira, fizemos várias pesquisas de resultados dos últimos anos e testamos com três equipes. Felizmente conseguimos fechar com a John Cuminskey Racing onde realmente me senti em um ambiente muito bom o que acho extremamente necessário para minha primeira temporada, onde tenho que aprender o máximo possível sobre tudo.

ICBRVocê chegou a fazer mais testes antes do treino coletivo fim de semana passado? Em seu contato com o carro, a adaptação foi boa, o carro é diferente do que já tinha pilotado?
Kohl: Testei com três equipes ano passado, e depois de assinar o contrato fiz mais alguns dias de treinos com a minha equipe antes de irmos para Barber. O carro é extremamente divertido de pilotar, é um pouco diferente dos que eu tinha dirigido porém minha adaptação foi super rápida pois tive ajuda do Roberto, do meu engenheiro e de toda a equipe.
Como não gostar de uma equipe que te leva pra comer pizza? (roubei do twitter @followjcracing)
ICBRE a sua equipe, a John Cummiskey Racing, já conhecia? Como vem sendo sua sinergia com ela e com sua companheira de equipe, a Ayla Ågren?
Kohl: Conheci a John Cuminskey Racing  ano passado quando fui assistir à rodada tripla em Mid-Ohio e depois fizemos um teste. A energia é muito boa, me dou muito bem com o engenheiro e todo o pessoal que trabalha lá. É muito bom ter uma companheira de equipe com experiência na categoria, pois posso tirar proveito disso para aprender mais do carro e das pistas. A Ayla é muito rápida então sempre estamos puxando o nível um do outro, acertando o carro e fazendo a equipe cada vez melhor.
O novo carro, na USF2000. (usf2000.com)
ICBRNessa temporada da USF2000 terão provas em circuitos de rua e em oval. Qual desses tipos de circuito te deixa mais ansioso para dirigir? 
Kohl: Definitivamente o oval. Sempre foi um tipo de prova que me atraiu bastante e não vejo a hora de correr lá, as pistas de rua também são um belo desafio pois não deixam muita margem de erro.

ICBRQual dos novos aspectos da USF2000 você acha que vai ser mais tranquilo adaptar e qual vai ser mais complicado?
Kohl: Acho que o maior desafio desta temporada realmente vai ser me adaptar as pistas rápido. Nunca corri aqui [nos Estados Unidos], portanto não conheço nenhuma pista e também não tenho nenhuma experiência de corrida nelas.

ICBRSabe-se que sempre a expectativa é a melhor possível para a temporada sua na USF2000 esse ano, mas para fazer um balanço com o que você conhece até o momento, como você acha que vai ser esse ano, mais realisticamente falando?
Kohl: Depois destes dois dias de teste em Barber ficou claro que o nível está muito alto este ano e, por enquanto, não podemos apontar nenhum favorito. Nosso carro mostrou um bom ritmo e quando puxávamos um pouco mais forte íamos para o topo da tabela, o que ficou bem claro no último treino onde a Ayla liderou e eu fui quarto sendo apenas meu segundo dia na pista. 
Então nossa expectativa para esse ano é boa, acredito que se trabalharmos duro conseguimos brigar por lugares no pódium. Me sinto muito bem, bastante confiante, trabalhamos muito para chegar aqui e vamos continuar este trabalho durante o ano!


O campeonato já tem sua primeira etapa rolando! Estou postando essa entrevista enquanto a primeira prova acontece, para ver se dá sorte pro piloto. Todos os detalhes vocês podem acompanhar aqui no Indy Center Brasil!

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